Aversão de Gleisi ao TSE mostra que a união na política faz a farsa
De repente, o que era feio tornou-se horroroso. A pretexto de desqualificar as multas aplicadas pelo TSE contra partidos políticos que malversam verbas públicas, a deputada Gleisi Hoffmann questionou a própria existência da Justiça Eleitoral. "Não pode haver uma Justiça Eleitoral", disse ela. "Isso já é um absurdo e custa três vezes mais do que o financiamento de campanha."
Habituado a reagir às agressões do bolsonarismo, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, acionou uma espécie de copia e cola para soltar uma nota. Nela, chamou de "errôneas" e "falsas" as críticas de Gleisi. Enxergou no lero-lero da chefe do PT uma tentativa de "diminuir o necessário controle dos gastos de recursos públicos realizados pelos partidos políticos, em especial aqueles constitucional e legalmente destinados às candidaturas de mulheres e negros".
Gleisi voltou aos refletores nesta sexta-feira para tentar se reposicionar em cena. "Respeito o posicionamento dele", declarou a deputada sobre a resposta de Moraes. Atribuiu a reação à maldita imprensa, não ao seu falatório.
Para Gleisi, Moraes "foi impelido" a dar uma resposta "em cima do que a mídia soltou da interpretação da minha fala." Na sequência, voltou a desancar as multas que o TSE impõe a partidos que transgridem as leis.
Ambicionada por todos, a pacificação foi finalmente atingida na Câmara. Formou-se ali a verdadeira frente ampla. Reunidos num mesmo bloco pluripartidário, petistas e bolsonaristas perseguem um objetivo comum: a aprovação de uma emenda constitucional que concede a mais ampla e desavergonhada anistia aos partidos políticos que malveresaram verbas públicas e descumpriram preceitos legais. Fica demonstrado que, na política, a união faz a farsa.
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