Dengue aflige o Planalto com atraso de 1,8 milhão de casos
Um dia depois de ter criticado Nísia Trindade na primeira reunião ministerial do ano, Lula recebe a ministra da Saúde em audiência às 16h desta terça-feira. Nísia encontra-se prensada por dois flagelos: a proliferação da dengue e o assédio de políticos do centrão e do PT, picados pelo mosquito do fisiologismo.
A epidemia de dengue aflige o gabinete presidencial com atraso de 1.889.206 casos e 561 mortes nas primeiras onze semanas de 2024. Coisa jamais vista desde o ano 2000, quando a pasta da Saúde começou a fazer esse tipo de contagem. No mesmo período do ano passado, havia 400 mil registros da doença.
Na reunião ministerial, Lula dirigiu cobranças a Nísia. Identificou falhas de comunicação. Lamentou, por exemplo, que tivesse prosperado a falsa impressão de que seriam compradas vacinas para imunizar toda a população. A mercadoria está indisponível no mercado. Distribuiram-se 1,2 milhão de doses. Para complicar, apenas 381 mil foram efetivamente aplicadas.
Além da crise da dengue, Nísia falou durante a reunião sobre as deficiências no socorro aos Yanomami e a precariedade dos hospitais federais do Rio. A ministra já lidava com a cobiça do centrão por sua poltrona. E eriçou o PT ao mexer no vespeiro dos hospitais cariocas. Lula renovou-lhe a hipotética "carta branca". Horas depois, Nísia exonerou o chefe do Departamento de Gestão Hospitalar, Alexandre Telles.
Diante dos outros ministros, Lula disse que Nísia não será demitida por pressão externa. Um auxiliar de Lula esclarece que a ministra da Saúde sairá da audiência desta terça-feira ciente de que sua carta é branca, mas não é eterna.
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