Josias de Souza

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Opinião

Dinossauro indica a Lula que não aprecia presidentes mesozoicos

Os juros nos Estados Unidos, ainda altos, sugam investimentos de países remediados. No Brasil, o comportamento de Lula oferece pretextos adicionais para que os investidores estrangeiros caiam fora. Desde o início do ano, fugiram do mercado de capitais brasileiro cerca de R$ 22 bilhões. Coisa semelhante não se via desde desde 2020.

No ano passado, Lula expressou o desejo de reestatizar a Eletrobras. Depois, arrepiou os donos do capital ao tentar impor o ex-ministro petista Guido Mantega no comando da ex-estatal Vale. No início de março, desvalorizou os papeis da Petrobras em R$ 55 bilhões ao brecar o pagamento de dividendos extraordinários aos acionistas. Em vez de explicações, deu aos investidores um apelido: "O mercado é um dinossauro voraz".

O Ministério da Fazenda sonha em elevar a taxa de investimento na economia brasileira dos 16,5% do PIB, registrados em 2023, para algo próximo de 25%. Se não quer ajudar, Lula não precisa atrapalhar. Teve dois mandatos para aprender que o mercado se pauta pela lei da oferta e da procura, não pela língua dos presidentes. Imaginou-se que, na terceira passagem pelo Planalto, excluiria o intervencionismo estatal da sua feijoada.

Ao fugir do mercado brasileiro, o dinossauro exibe a Lula um certo desapreço pela ideia de viver em ambientes presididos por mentalidades mesozoicas. Numa era em que o capitalismo selvagem de Hong Kong foi assimilado pelo comunismo de mais-valia da China, convém encontrar o meio do caminho. Nessa trajetória, a ideologização de um projeto econômico tornou-se a trilha mais longa entre o sonho da redução das desigualdades e sua realização.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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