Papai Cid expõe nova perversão patriótica: o golpismo recreativo
O general Lourena Cid revelou-se portador de um patriotismo singular. Após passar uma vida ensinando ao seu garoto Mauro Cid que o amor à pátria é inegociável, foi usufruir em Miami das vantagens pecuniárias de uma boquinha na Apex, a agência que promove as exportações brasileiras.
Informado de que Bolsonaro destruía os valores morais da República, ofereceu-se para vender os escombros. Foi pilhado em investigação da Polícia Federal negociando nos Estados Unidos parte do acervo da União: uma escultura de palmeira presenteada pelo governo do Bahrein.
Quando moço, Lourena Cid aprendeu nas escolas militares que, se necessário, deveria morrer por seu país. Em idade provecta, entusiasmou-se com a ideia do amigo Bolsonaro de matar a democracia.
Num instante em que o capitão discutia minutas golpistas com chefes militares, o general Cid abalou-se de Miami até Brasília. No escurinho, apoiou a conspiração contra a posse de Lula. À luz do sol, realizou um tour pelo acampamento que pedia intervenção militar na frente do QG do Exército.
Filmado no passeio com um assessor a tiracolo, papai Cid introduziu na crônica do patriotismo à moda Bolsonaro uma modalidade nova de perversão: o golpismo recreativo.
Hoje, Cid pai reza para que Alexandre de Moraes não anule a delação de Cid filho. Do contrário, a imunidade à sua desfaçatez, reivindicada como parte do prêmio pela colaboração judicial, perderia a validade.
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