Pesquisas sinalizarão se tática do ódio oco se esgotou em SP
A decisão de colocar nos pés das cadeiras os parafusos que faltam na cabeça de quem senta nelas não livrou o sexto debate entre candidatos a prefeito de São Paulo da incivilidade.
Nenhuma cadeira voou no encontro promovido por Rede TV e UOL. "Não bato em covarde duas vezes", vangloriou-se José Luiz Datena, mais sóbrio. Mas Pablo Marçal, lépido e já sem tipoia, encostou o ambiente novamente na sarjeta.
A diferença é que a tática do franco-provocador, já meio manjada, exibiu sintomas de esgotamento. Exceto por Ricardo Nunes, que travou com Marçal no primeiro bloco uma discussão de pátio de escola, com os dois se xingando como moleques, ninguém caiu na arapuca dos recortes.
Acordado por assessores, Nunes se deu conta de que o embate só convém a Marçal. Passou a manifestar sua aversão por Guilherme Boulos. Um sentimento que foi plenamente correspondido pelo apadrinhado de Lula, que tratou o prefeito e Marçal como faces de uma mesma moeda bolsonarista.
Tabata Amaral teve bom desempenho. Arrancou de um Marçal preocupado com o desprestígio entre as mulheres um pedido de desculpas por tê-la responsabilizado pelo suicídio do pai, dependente químico.
Desmoralizou Marina Helena, que a acusou sem provas de voar em jatinho privado para visitar namorado pernambucano. Entre um lance e outro, Tabata ainda expôs propostas. O problema é que, a poucos dias do primeiro turno, nem uma goleada tiraria a candidata da segunda divisão.
Duas novas pesquisas informarão antes do final de semana como evoluíram as taxas de intenção de votos e de rejeição dos candidatos. Nesta quarta-feira, virão à luz os números da Quest. Na quinta, os dados do Datafolha.
As sondagens sinalizarão se a tática do ódio oco se esgotou ou não em São Paulo. A essa altura, a maior contribuição de candidatos que cultivam a raiva sem exibir propostas consistentes seria perder a eleição.
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