Aversão a Marçal aponta 2º turno entre Nunes, favorito, e Boulos
Ao final de uma semana em que uma cadeira foi a protagonista da disputa eleitoral em São Paulo, a principal novidade captada pelo Datafolha é a elevação da taxa de rejeição de Pablo Marçal. Em sete dias, subiu de 44% para 47% a quantidade de eleitores que declaram que jamais votariam no franco-provocador. No consolidado de seis semanas, a aversão a Marçal explodiu, avançando 17 pontos.
Quanto ao índice de intenção de votos, o cenário é de estabilidade. Agredido no domingo passado com a cadeirada de José Luiz Datena, Marçal manteve-se estacionado em 19%. Uma evidência de que pode ter roçado no teto. Ricardo Nunes somou os mesmos 27% da semana passada. Guilherme Boulos, com 26%, oscilou um ponto para cima. Estatisticamente empatada, a dupla se descolou de Marçal. Desfez-se o cenário de empate triplo.
A cadeirada tampouco favoreceu o agressor de Marçal. A rejeição a Datena oscilou três pontos para cima, batendo em 35%. Sua taxa de intenção de votos, de 6%, não saiu do lugar. Datena continua numericamente atrás de Tabata Amaral, empacada em 8%. A duas semanas da eleição, o quadro de imobilidade, combinado com a mega-aversão do eleitorado a Marçal, aponta para um provável segundo turno, a ser disputado entre Nunes e Boulos.
Confirmando-se essa hipótese, Nunes iria ao segundo round como franco favorito. O prefeito prevaleceria sobre Boulos por 52% a 37% —15 pontos de vantagem. Na improvável hipótese de passar à segunda fase, Marçal seria um candidato favorito a fazer do seu adversário o próximo prefeito de São Paulo. O encrenqueiro perderia para Nunes de lavada: 60% a 25%. Numa disputa contra Boulos, a derrota de Marçal seria de 50% a 36%.
Nesta sexta-feira, o SBT realizará o sétimo debate —ou embate— entre os candidatos. Apostando na agressão, como promete, Marçal tende a aprofundar o abismo que se abriu entre ele e a cadeira de prefeito. Consolida-se a percepção de que o melhor antídoto contra o grotesco é a democracia.
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