Josias de Souza

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Opinião

Pablo Marçal só tem M na cabeça

O oitavo debate eleitoral de São Paulo, promovido pelo Flow, trouxe uma boa notícia. O grau de abjeção de Pablo Marçal não aumentou. Continua nos mesmos 100%. Descobriu-se, afinal, por que o candidato pede com tanta insistência às pessoas que reproduzam com os dedos indicador, médio e anelar a inicial do seu sobrenome. Marçal só tem 'M' na cabeça.

Conseguiu estragar nas considerações finais o que seria o debate mais propositivo da temporada. Pervertendo as regras, Marçal referiu-se pejorativamente ao rival Ricardo Nunes. Advertido uma, duas, três vezes, foi expulso quando faltavam dez segundos para soar o gongo. Seguiu-se um lufa-lufa que levou a política para a delegacia de polícia.

Um dos brucutus que assessoram Marçal arrancou sangue do rosto do marqueteiro de Nunes com um soco. Súbito, a cadeirada virou fichinha. Tudo isso ocorreu apenas três dias depois de Marçal ter declarado, no debate anterior, que já havia mostrado a sua "pior versão". Rejeitado no Datafolha por quase metade do eleitorado (47%), prometera uma "postura de governante".

Na sua "melhor versão", Marçal trocou xingamentos com Nunes na chegada, respondeu com embromação a indagações objetivas de especialistas e eleitores e cutucou Guilherme Boulos e José Luiz Datena com provocações subliminares. Numa tabelinha com Marina Helena, teve tempo para defender a atuação anticientífica de Bolsonaro na pandemia da covid.

Na quinta-feira, sai uma nova rodada do Datafolha. As entrevistas serão realizadas durante três dias. Começam nesta terça e vão até a própria quinta. A sondagem captará os efeitos do destempero e do soco. Até aqui, o eleitorado sinaliza a intenção de atender parcialmente ao desejo de Marçal, resolvendo sua situação já no primeiro turno. Em vez da vitória, o expurgo.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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