Josias de Souza

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Boulos enfrenta fator 'boi da cara preta', revela pesquisa da Quaest

No primeiro turno da corrida à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal e Ricardo Nunes derramaram baldes de saliva para grudar em Guilherme Boulos a pecha de esquerdista radical. A nova pesquisa da Quaest, divulgada nesta quarta-feira, mostra que foi grande o estrago.

Quase metade dos eleitores paulistanos (45%) declaram ter "medo" de uma vitória de Boulos. Nunes também foi torpeado por todos os rivais. Vincularam-no à corrupção e agressão doméstica. Marçal apelidou-o de "bananinha". Mas apenas um terço do eleitorado (32%) diz temer a reeleição do prefeito.

A retórica anti-Boulos envolveu um processo de infantilização da retórica política. Como nas velhas cantigas de ninar entoadas para fazer criancinhas dormir incutindo-lhes o pavor, injetou-se na conjuntua eleitoral o medo de que, eleita, a assombração "comunista" invadiria residências para pegar os eleitores que têm medo de careta.

O rejeição instilada pelo fator "boi da cara preta" eleva o desafio de Boulos no segundo round da campanha. Mas o comitê do preferido de Lula animou-se com um detalhe.

Na semana passada, o Datafolha detectara uma dianteira de 22 pontos percentuais a favor de Nunes no volume de intenção de votos. Na pesquisa Quaest, que utiliza metodologia diferente, a vantagem cai para 12 pontos (45% a 33%). Embora as pesquisas não sejam comparáveis, os estrategistas de Boulos supõe que Nunes sofre os efeitos do apagão que inferniza a rotina do paulistano.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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