Congresso não leva Brasil para direita, empurra-o para o fundo
Os dramas do povo pobre brasileiro ferveram no caldeirão da campanha municipal. Faltam moradias, empregos, exames, remédios, segurança e amparo para quem rala à margem da CLT. As urnas mal falaram e o Congresso já mudou de assunto. A articulação para a sucessão nas presidências da Câmara e do Senado gira em torno de dois temas: a anistia do 8 de janeiro e a volta do pagamento das emendas.
Ns urnas, Bolsonaro amargou a derrota do seu extremismo. Na Câmara, foi presenteado por Arthur Lira com a sobrevida do projeto de anistia. Ganhou a vitrine de uma comissão para exibir familiares dos golpistas presos. Em troca, o capitão colocou o PL no colo de Hugo Motta, candidato à poltrona de Lira. Fez isso mesmo sabendo que o PT pode tomar o mesmo rumo.
O fracasso nas urnas subiu à cabeça de Bolsonaro. Ele já fala abertamente em incluir no projeto da anistia um artigo anulando a sua inelegibilidade. À espera das costuras da Câmara, Davi Alcolumbre é a favor de tudo e contra qualquer outra coisa, desde que não atrapalhem o seu retorno à presidência do Senado.
Num ponto, Alcolumbre, provável substituto de Rodrigo Pacheco, está plenamente de acordo com o futuro sucessor de Arthur Lira, seja ele quem for. Todos fecharam com a articulação para reabrir o cofre das emendas Pix, barradas por uma liminar do ministro do Supremo Flávio Dino.
De volta ao trabalho, o Congresso não leva o Brasil para a esquerda nem para a direita. Leva-o para o fundo. O Poder brasiliense roda como um parafuso espanado. Um parafuso que não gira a "porca" da vida nacional.
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