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Integrante do Comando Vermelho é condenado a 16 anos pela Justiça em SP
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Apontado como integrante do CV (Comando Vermelho) do Rio de Janeiro, Genilson Gomes da Silva, 31, conhecido como o Mago, foi condenado a 16 anos de prisão pela Justiça de São Paulo pelos crimes de associação à organização criminosa, tráfico de drogas e porte de munição de uso permitido.
A sentença foi dada na última terça-feira (20) pelo juiz Gabriel Medeiros, da 1ª Vara Criminal de Presidente Venceslau (SP), cidade considerada um dos berços do PCC (Primeiro Comando da Capital) a maior facção criminosa de São Paulo e atualmente inimiga da organização fluminense.
Genilson foi preso em 2 de dezembro de 2019, quando voltava de Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul. Segundo as investigações, ele viajou até a fronteira do Brasil com o Paraguai para comprar munição e colocar em prática um roubo milionário no Rio de Janeiro.
Uma blitz na rodovia Raposo Tavares, em Presidente Venceslau, frustrou os planos de Genilson de roubar ao menos R$ 60 milhões da Prosegur. Ele demonstrou nervosismo quando policiais militares rodoviários entraram no ônibus procedente de Ponta Porã e iniciaram uma revista.
A bolsa de mão de Genilson estava no bagageiro. Nela, os policiais encontraram uma caixa contendo 50 projéteis de pistola calibre 9 mm. O integrante do CV também passou por revista pessoal. Na palmilha do tênis do pé esquerdo ele escondia 15 g de cocaína.
O telefone celular de Genilson também foi apreendido. No celular havia fotos dele com armamento pesado e troca de mensagens com um prisioneiro do Rio de Janeiro, também integrante do Comando Vermelho, apelidado de Popeye.
Em dos diálogos, Genilson, falando gírias, diz para o comparsa: "Estamos preparados para o bagulho (ação). Eu pequei a tua visão, a gente está com o armamento aqui. Estamos com fuzil e pistola".
Em outra conversa, ele afirma para Popeye: "Já comprei as peças (munição e armamento). Aqui é do crime, é do Complexo do Chapadão (Morro do Alemão). É R$ 60 milhões (referência ao plano para roubar a Prosegur). Eu quero ficar milionário, entendeu", acrescentou Genilson.
Em 2018, o integrante do CV postou vídeos para uma pessoa não identificada, expondo armamentos e munição adquiridos para colocar em prática o roubo milionário.
Na sentença de condenação, o juiz Gabriel Medeiros observou que ficou demonstrado que o acusado integra organização criminosa há longa data e planejava ataques a bancos e carros blindados da Prosegur. O magistrado não concedeu ao réu o direito de apelar em liberdade.
A advogada do preso, Nathália Bortolan Hodlich, havia pedido em petições judiciais a absolvição do cliente, argumentando que a quantidade de droga encontrada era muito pequena e apenas para consumo, não para fins de tráfico.
A defensora sustentou ainda que Genilson não é integrante de organização criminosa e também que a munição apreendida com ele no dia da prisão não poderia ser deflagrada, pois ele não foi encontrado com arma.
Genilson cumpre pena na Penitenciária de Presidente Prudente. O presídio é um dos poucos no estado de São Paulo que não tem integrantes do PCC. Segundo o Ministério Público Estadual, a maior organização criminosa de São Paulo e do Brasil tem faccionados em 95% das unidades prisionais paulistas.
PCC e CV eram duas facções unidas até meados de 2015. A aliança começou a se romper por causa do controle de territórios de produção de drogas em regiões de fronteira como o Paraguai, Bolívia, Colômbia e Peru.
O conflito se intensificou em 2019, quando as duas organizações criminosas protagonizaram rebeliões sangrentas em presídios de estados do Norte e Nordeste do país.
Nessa mesma época, a SAP (Secretaria Estadual da Administração Penitenciária) começou a separar os presos do PCC e do CV para evitar possível massacre em São Paulo.
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