Socialite acusada por morte de namorado deve ir para "prisão das famosas"

A empresária e socialite Anne Cipriano Frigo, 46, presa pela Polícia Civil pela suspeita de ser a mandante do assassinato do namorado Vitor Lúcio Jacinto, 42, pode se juntar em breve a outras presas da Penitenciária Feminina 2 de Tremembé, no Vale do Paraíba (SP), condenadas por crimes de grande repercussão.

Uma dessas presidiárias é Elize Araújo Kitano Matsunaga, condenada a 19 anos e 11 meses pelo assassinato do marido, o empresário Marcos Kitano Matsunaga, em 19 de maio de 2012. Ela esquartejou o corpo dele no apartamento da Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo.

A P-2 Feminina de Tremembé, chamada de "prisão das famosas" também abriga Ana Carolina Jatobá, condenada a 26 anos pela morte da enteada Isabella Nardoni, de 5 anos. A criança foi jogada do sexto andar de um prédio na zona norte em março de 2008.

Outra detenta bem conhecida na P-2 de Tremembé é Suzane von Richthofen. A Justiça a condenou a 39 anos e seis meses pelo assassinato dos pais, Marísia e Manfred, em 31 de outubro de 2002, na residência luxuosa do casal, no Brooklin, zona sul de São Paulo.

A milionária Anne Frigo, dona de um patrimônio avaliado em ao menos R$ 50 milhões, pode conviver lado a lado com essas presas, caso a sua prisão temporária de 30 dias decretada pela Justiça seja convertida em prisão preventiva. Ela foi indiciada pelo crime de homicídio doloso.

Anne está presa em uma cela no 89º DP (Portal Morumbi) desde o último dia 29. Elize Matsunaga, Ana Jatobá e Suzane Richthofen também ficaram recolhidas provisoriamente nessa mesma carceragem.
O DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) da Polícia Civil, garante ter provas robustas contra Anne.

A empresária é acusada de ter oferecido R$ 200 mil para o corretor de imóveis Carlos Alex Ribeiro de Souza matar o namorado dela.

O corpo de Vitor foi encontrado no dia 18 de junho, em uma mata na rua Açucena-do-Campo, no bairro de Rivieira Paulista, zona sul. Segundo o DHPP, Carlos confessou o crime e afirmou que a empresária foi a mandante do assassinato.

Interrogada no DHPP, Anne negou envolvimento no crime e admitiu ter dado R$ 200 mil para Carlos, mas como pagamento de um dossiê que ele havia encomendado de um ex-marido.

Suposta fuga para Nova York

A Polícia Civil investiga se Anne iria fugir para o exterior, já que ela havia comprado passagens aéreas para os Estados Unidos. Ela alegou que iria viajar em férias com os filhos menores.

Segundo o DHPP, três dias após o assassinato de Vitor, a milionária comemorou o aniversário com amigos em um restaurante. De acordo com os investigadores, a socialite mandou matar o marido por ter descoberto uma traição e porque ele gastava muito dinheiro dela.

A Polícia Civil pediu a quebra do sigilo telefônico dos suspeitos e já tem em mãos um importante relatório de chamadas telefônicas originadas e recebidas no período de 25 de março de 2021 a 24 de junho de 2021.

O advogado de Anne Frigo, Celso Sanches Vilardi, foi procurado pelo UOL, mas não deu retorno. O defensor de Carlos Alex, Jefferson Rosa Batista, afirmou à reportagem que irá se manifestar oportunamente.