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'Família Busca Pó' chefia tráfico em portos do Brasil e está na mira da PF
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A Polícia Federal procura o casal Karine de Oliveira Campos, 43, e Marcelo Mendes Ferreira, 39, conhecido nos meios policiais como a "Família Busca Pó", responsável pelo envio de toneladas de cocaína para a Europa, via portos brasileiros, a partir de 2018.
Karine, também apelidada de "rainha da cocaína" no Porto de Santos (SP), é condenada a 17 anos e 2 meses por tráfico internacional de drogas e Marcelo, a 15 anos e dois meses. Marido e mulher são acusados de exportar 3,9 toneladas da droga para países europeus.
Fontes ligadas à PF disseram que o casal é ligado ao ex-major da PM do Mato Grosso do Sul, Sérgio Roberto de Carvalho, 63, o Major Carvalho, chamado na Europa de "Escobar brasileiro". Ele é considerado um dos maiores narcotraficantes do mundo e foi preso na Hungria no último dia 21.
A reportagem não conseguiu localizar os advogados de Karine e Marcelo, mas publicará a versão dos defensores de ambos assim que houver um posicionamento.
Na manhã de ontem, a PF deflagrou a Operação Maritimum nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará e Pará para desarticular uma quadrilha especializada no tráfico internacional de cocaína.
Segundo a PF, as investigações começaram em 2021 e identificaram três dos maiores traficantes em atividade no Brasil. Um deles é o Major Carvalho. As fontes garantem que os outros dois são justamente Karine e Marcelo, ambos procurados também pela Interpol, a Polícia Internacional.
Mulher lidera o bando
Em 2019, Karine foi acusada de liderar um bando especializado nas remessas de cocaína para a Europa pelos portos das regiões Nordeste, Sul e Sudeste do Brasil. A droga era escondida em contêineres, em meio a cargas lícitas, e enviadas para portos da Bélgica, França, Holanda, Itália, Espanha e Portugal.
Em ao menos seis oportunidades, entre janeiro e dezembro de 2018, as remessas totais de 3,9 toneladas de cocaína chegaram ao destino final. No Brasil, em 2019, foram apreendidos 1,2 tonelada em Itajaí (SC) e 1,3 tonelada no Guarujá (SP), além de US$ 7,2 milhões e R$ 2 milhões.
Os agentes federais chegaram ao nome de Karine durante uma apreensão de 968 kg de cocaína e R$ 1 milhão no Guarujá. Em uma casa onde foi encontrada aparte da droga, os policiais localizaram documentos falsos com fotos dela, usados para fazer a lavagem de dinheiro, segundo a PF.
Além de Karine e Marcelo, a PF identificou outros três integrantes do mesmo núcleo durante investigações da Operação Alba Vírus. Eles tiveram a prisão preventiva decretada. O juiz Roberto Lemos dos Santos Filho, da 5ª Vara Federal de Santos condenou o casal em 23 de setembro de 2020.
Mas em 2 de agosto de 2021, o STJ (Superior Tribunal de Justiça), substituiu a preventiva de Karine por prisão domiciliar porque à época ela tinha dois filhos menores: uma menina de 5 anos e um menino de 8 anos. Ela e o marido continuam foragidos e a suspeita é de que estejam longe do Brasil.
Na operação Maritimum, ontem, os policiais federais apreenderam quatro toneladas de cocaína em Areia Branca, no Rio Grande do Norte, e ao menos uma tonelada e um fuzil no Guarujá.
A 2ª Vara Criminal da Justiça Federal do Rio Grande do Norte expediu 46 mandados de prisão preventiva e 90 mandados de busca e apreensão nos sete estados. Também foi deferido o bloqueio de R$ 169,6 milhões nas contas bancárias dos investigados.
O nome da Operação Maritimum é uma referência ao modo de atuação da organização criminosa que utiliza o transporte marítimo, via portos brasileiros, para exportar cocaína aos países da Europa.
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