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Paraguai diz abrigar 1.027 membros do PCC em prisões do país
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O Ministério da Justiça do Paraguai calcula em 1.027 o número de integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) presos nas seis principais penitenciárias do país. A facção brasileira é a segunda do ranking nas prisões locais. O Clã Rotela é o líder, com 3.735 membros atrás das grades.
A maior presença de membros do PCC, entre brasileiros e paraguaios, detidos no país se concentra na Penitenciária Regional de Ciudad del Este. São 480 prisioneiros ligados à organização criminosa paulista. A unidade fica na região de fronteira com Foz do Iguaçu (PR).
Em Pedro Juan Caballero, cidade gêmea de Ponta Porã (MS), 70 integrantes do PCC estão confinados na Penitenciária Regional da cidade paraguaia. Essa é uma das regiões mais violentas na fronteira entre os dois países, onde ao menos 87 pessoas foram assassinadas entre janeiro e abril deste ano.
Na Penitenciária Regional de Concepción estão recolhidos 137 membros do PCC. O presídio de Misiones abriga 130 integrantes da facção criminosa fundada em São Paulo; o de Encarnación outros 140; e a Penitenciária Coronel Oviedo, mais 70.
O PCC não está presente hoje em 4 das 10 prisões paraguaias. São elas as Penitenciárias de San Pedro, Emboscada Antigua, Padre de la Vega e Casa del Buen Pastor. O Clã Rotela tem integrantes em todas as unidades. Juntas as duas organizações criminosas contam com 4.762 pessoas presas.
Os dados foram publicados pelo jornal ABC Collor, do Paraguai, na edição do último dia 24. A população carcerária no país vizinho é composta por 16.211 presidiários.
O traficante de drogas Armando Javier Rotela, chamado de "rei do crack" e condenado a 30 anos, é apontado pelas autoridades do Paraguai como fundador e líder do clã. Ele cumpre pena na Penitenciária Casa del Buen Pastor. Segundo o jornal ABC Collor, a unidade também abriga 50 mulheres.
Os irmãos Flávio Rafael e Fernando Rotela Pereira são acusados de pertencer ao clã. Ambos comandavam o tráfico de drogas nas grandes cidades da periferia do Paraguai.
Três anos de conflito
Segundo o Ministério da Justiça paraguaio, os conflitos entre os membros do Clã Rotela e integrantes do PCC nos trechos de fronteira são constantes. Os dois grupos brigam pelo controle do tráfico de droga. A luta sangrenta é também pela hegemonia da venda de entorpecentes nas prisões.
Há três anos as duas organizações criminosas travam batalhas nos presídios paraguaios. O conflito mais violento foi registrado em 16 de junho de 2019 na Penitenciária de San Pedro.
Uma rebelião deixou saldo de 10 mortos e 12 feridos, a maioria deles associada ao Clã Rotela. Entre os presidiários assassinados, cinco foram decapitados. Alguns dos detentos sobreviventes tiveram o corpo parcialmente carbonizado.
Após o sangrento motim, 200 agentes da Polícia Nacional do Paraguai realizaram uma varredura na unidade prisional. Foram encontradas aproximadamente cem facas artesanais. O presídio abrigava 500 homens e 17 mulheres.
O diretor da penitenciária, Wilfrido Quintana, e o diretor dos Estabelecimentos Penais do Paraguai, Blaz Martinez, foram destituídos do cargo. As investigações apontaram que a matança aconteceu por causa de negligência ou cumplicidade dos agentes penitenciários.
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