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Condenado por morte em bar de artistas da Globo cumpre prisão domiciliar
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Eram 2h30 de 10 de agosto de 1996. Um grupo de clientes, a maioria estudantes, conversava e bebia no bar Bodega, em Moema, zona sul paulistana. A descontração foi quebrada quando um bando de ladrões entrou no local e anunciou o assalto.
Os criminosos recolheram R$ 4.000 em dinheiro e também roubaram joias, relógios e documentos das vítimas. Os ladrões se preparavam para fugir, quando o dentista José Renato Pousada Tahan, 25, saía do banheiro. Um dos integrantes da quadrilha se apavorou e atirou nele.
Tahan foi ferido nas costas e não resistiu. Da rua, outro assaltante efetuou um disparo. O tiro atingiu fatalmente a estudante Adriana Ciola, 23. O caso teve grande repercussão porque o bar ficava em um bairro de classe alta e tinha como sócios os atores Tato e Cássio Gabus Mendes e o tio deles, Luiz Gustavo, também artista, que desfizeram a sociedade em seguida e fecharam o bar.
O latrocínio (roubo seguido de morte) completa 26 anos na próxima semana. As investigações do crime tornaram-se um dos maiores erros policiais da história do Brasil. Nove inocentes foram presos e torturados. Três deles apanharam muito e chegaram a confessar o crime.
Depois disso, cinco outras pessoas acusadas de envolvimento no crime foram presas, julgadas e condenadas. Um deles, Silvanildo Oliveira da Silva, 61, condenado a 48 anos, cumpre a pena em regime aberto desde 26 de abril deste ano.
O preso foi submetido a exame criminológico e a Justiça entendeu que o resultado foi satisfatório para a concessão do benefício e também que Silvanildo já tinha atingido o lapso para progredir de regime. Além disso, as autoridades carcerárias atestaram que ele tinha bom comportamento.
O réu Sebastião Alves Vital, 56, também foi condenado a 48 anos pelo crime do Bar Bodega. A pena total dele, no entanto, é de 97 anos e sete meses. Mesmo assim, ele foi beneficiado com o regime semiaberto e transferido para um CPP (Centro de Progressão Penitenciária) de São José do Rio Preto.
A mesma sorte não teve Sandro Márcio Oliveira, 48, o Gaguinho. Há dois anos ele vem travando batalhas judiciais com o objetivo de progredir para o regime semiaberto. O Ministério Público se manifestou contrário. O preso foi condenado a 48 anos pelo latrocínio. A pena total dele soma 55 anos.
Gaguinho está preso na Penitenciária 1 de Avaré, destinada a integrantes do PCC (Primeiro comando da Capital) considerados de alta periculosidade. A defesa dele sustenta que o prisioneiro já cumpriu 45% do total das penas no regime fechado e, portanto, já atingiu o lapso para o semiaberto.
Zeli Salete Vasco, a única mulher acusada de participação no crime, foi condenada a 30 anos de prisão. Ela foi acusada de dirigir o carro para a quadrilha na fuga. A coluna apurou que ela responde a um processo no Rio Grande do Sul. Um quinto assaltante foi condenado a 36 anos.
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