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Josmar Jozino

REPORTAGEM

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PM prende mulher do PCC suspeita de planejar morte de agentes federais

Kimberlly Francisco da Costa, uma das integrantes do PCC mais procuradas pela polícia - Reprodução/Rota
Kimberlly Francisco da Costa, uma das integrantes do PCC mais procuradas pela polícia Imagem: Reprodução/Rota

Colunista do UOL

22/03/2023 17h41Atualizada em 23/03/2023 07h20

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A Polícia Militar prendeu Kimberly Francisco da Costa, uma das integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) mais procuradas no Brasil, no Parque São Rafael, zona leste de São Paulo,

Segundo investigações da Polícia Federal, ela integrava uma quadrilha acusada de planejar ataques contra funcionários das Penitenciárias Federal de Porto Velho (RO) e Campo Grande (MS). O bando já havia feito levantamento de endereços dos agentes.

Detida ontem por policiais militares da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), Kimberly era alvo de um mandado de prisão expedido pela Justiça Federal de Rondônia. Com ela, os PMs apreenderam um telefone celular. Os agentes a conduziram para a sede da PF, na Lapa, zona oeste.

A presa é mulher de Douglas Costa Alves, 27. Ele e o comparsa Evandro Rubier Dias da Silva, 53, o Trombada, foram presos em Rondônia em 27 de janeiro deste ano por agentes federais. A PF apurou que ambos iriam matar um funcionário do presídio de Porto Velho no dia seguinte e se antecipou.

Em um dos celulares apreendidos com Douglas, havia informações sobre levantamento de endereço de um servidor, provavelmente funcionário da Penitenciária Federal de Campo Grande. O alvo foi seguido em maio de 2022.

Nos dados extraídos do aparelho foram encontradas outras duas mensagens relevantes. Uma delas, de 18 de maio de 2022 e dizia que o alvo saía de casa às 7h e retornava às 18h30. Tinha também informações sobre a rotina diária do agente.

A mensagem mencionava que o alvo saía para trabalhar de Uber durante a semana, mas nunca usava o mesmo carro. O texto informava que o endereço do servidor federal era um lugar de fácil acesso e ficava a dois quarteirões de uma base do Batalhão de Choque da Polícia Militar.

A segunda mensagem também tinha data de 18 de maio de 2022 e as suspeitas são de que se referia a outro servidor federal. O levantamento mostra que esse alvo saía de casa às 8h, deixava o serviço às 16h30, entrava na academia às 17h40, permanecia lá até 20h e chegava em casa às 20h40.

No celular de Douglas também havia outras mensagens sobre o alvo de Porto Velho marcado para morrer a mando do PCC. Os diálogos mostram que a vítima escolhida pela facção foi seguida em muitas ocasiões, uma delas desde casa até a um supermercado e foi fotografada várias vezes.

Trombada foi condenado por roubo e tráfico de drogas e cumpriu pena na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP), um dos mais fortes redutos do PCC no sistema prisional paulista. Ele e Douglas estão presos na Penitenciária Federal de Porto Velho.

Associação criminosa

A Polícia Federal agora procura a mulher de Trombada, Andresa Leite Farias, 42. Os quatro acusados tiveram a prisão preventiva decretada por um juiz federal de Rondônia, como informou esta coluna no dia 1ª deste mês.

No último dia 27 de fevereiro, a Justiça Federal aceitou a denúncia oferecida contra eles pelo MPF (Ministério Público Federal). Os réus respondem a processo por associação à organização criminosa.

Agentes da PF apuraram que a quadrilha é de São Paulo, não tem vínculos em Rondônia, mas alugou um apartamento em Porto Velho, usado como base do bando, e ainda comprou carro para monitorar os servidores e toda a rotina e a vigilância do presídio federal da cidade.

Autoridades do SPF (Sistema Penitenciária Federal) acreditam que o PCC planeja atentar contra a vida dos servidores em represália à permanência dos chefes da facção criminosa recolhidos nos presídios de Brasília (DF), Porto Velho (RO), Mossoró (RN), Campo Grande (MS) e Catanduvas (PR).

A reportagem não conseguiu contato com os advogados dos quatro réus, mas publicará na íntegra a versão dos defensores deles assim que houver uma manifestação.