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Josmar Jozino

REPORTAGEM

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PF age rápido e salva agente federal alvo de ataque do PCC em Porto Velho

Penitenciária Federal de Porto Velho - Secretaria Nacional de Políticas Penais/Divulgação
Penitenciária Federal de Porto Velho Imagem: Secretaria Nacional de Políticas Penais/Divulgação

Colunista do UOL

01/03/2023 13h04

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O plano do PCC (Primeiro Comando da Capital) era cometer um atentado contra um alvo do SPF (Sistema Penitenciário Federal), em Porto Velho (RO), no dia 28 de janeiro deste ano. Agentes da PF agiram rápido e um dia antes do ataque previsto salvaram a vida da vítima marcada para morrer.

Os federais deflagraram em caráter de urgência a Operação Sicários e prenderam Evandro Robier Dias da Silva, 53, o Trombada, e Douglas Costa Alves de Souza, 27, como divulgou esta coluna no último dia 8. Ambos estão recolhidos na penitenciária federal da capital de Rondônia.

Andresa Leite Farias, 42, mulher de Trombada, e Kimberly Francisco da Costa, 24, mulher de Douglas, estão foragidas. Assim como os maridos, elas também tiveram a prisão preventiva decretada por um juiz federal.

O magistrado aceitou na última segunda-feira (27) a denúncia oferecida pelo MPF (Ministério Público Federal) contra os quatro acusados de planejar atentados a mando do PCC. Os réus respondem a processo pelo crime de associação à organização criminosa.

A reportagem não conseguiu contato com os advogados dos investigados, mas publicará a versão dos defensores deles assim que houver uma manifestação.

Evandro Robier Dias da Silva, o Trombada, participou de plano fracassado para matar agente federal - Reprodução - Reprodução
Evandro Robier Dias da Silva, o Trombada, participou de plano fracassado para matar agente federal
Imagem: Reprodução

As investigações tiveram início em 28 de agosto de 2020, quando um veículo Gol, branco, ocupado por dois homens, passou nas proximidades da Penitenciária Federal de Porto Velho. Os suspeitos voltaram ao mesmo local no dia seguinte, mas dessa vez em um Gol vermelho.

O carro foi parado por policiais rodoviários federais. Um dos ocupantes era Trombada, um velho conhecido da polícia paulista. A dupla foi averiguada e liberada. Apontado como integrante do PCC, ele já cumpriu pena na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP), um forte reduto da facção.

Escuta ambiental

Trombada já foi condenado por roubo e tráfico de drogas e estava solto desde 2018. Policiais federais apuraram que ele havia alugado um apartamento em um condomínio em Porto Velho. Com autorização judicial, os agentes passaram a monitorá-lo.

O apartamento, no entanto, ficou desocupado por um período. Mesmo assim, Trombada continuou pagando mensalmente o aluguel e ainda renovou o contrato de locação. Esse fato causou estranheza à Polícia Federal. Os agentes não deixaram de vigiar o imóvel.

Em 26 de março de 2021 surgiu um fato novo. Trombada e Douglas, agora ocupando um Citroën, foram abordados por policiais militares nos arredores da Penitenciária Federal de Porto Velho. Eles alegaram que iriam pescar e novamente foram liberados.

Os federais intensificaram a vigilância aos suspeitos. Trombada e a mulher viajaram algumas vezes para São Paulo e retornaram para Porto Velho. Voltaram para o mesmo apartamento, onde os agentes já haviam colocado escuta ambiental, também com ordem judicial. Segundo a PF, o imóvel era a base da quadrilha paulista, que nunca teve vínculos em Rondônia.

Os agentes descobriram que o Citroën foi comprado por R$ 22.500 e estava em nome de Douglas. O veículo foi seguido várias vezes. A PF apurou que nos dias 23 e 24 de janeiro o carro dos suspeitos ficou por várias horas nas proximidades do endereço do alvo do SPF marcado para morrer.

As interceptações telefônicas e telemáticas indicaram que a vítima escolhida para ser assassinada a mando do PCC seria atacada no dia 28 de janeiro. A PF desencadeou com urgência a Operação Sicários e prendeu Trombada e Douglas. Outros três suspeitos também são investigados e estão soltos.

Segundo a PF, o PCC planeja matar servidores do SPF em represália à permanência dos chefes da facção em presídios federais. Três servidores já foram assassinados, sendo dois em Cascavel (PR) —em 2 de setembro de 2016 e 25 de maio de 2017— e um em Mossoró (RN) —em 12 de abril de 2017.