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SP: Justiça condena ex-vereador ligado ao PCC e a cooperativa de transporte
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A Justiça condenou oito réus acusados de usar uma cooperativa de transporte complementar de passageiros de Suzano, na Grande São Paulo, como fachada da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) para explorar o tráfico de drogas, esconder armas e ocultar bens e valores.
Um dos condenados é José Carlos de Souza Nascimento, 54, o Zé Perueiro, ex-vereador pelo PTB e ex-vice-presidente da Câmara Municipal de Suzano. Ele pegou pena total de 13 anos e 4 meses por organização criminosa e lavagem de dinheiro, mas poderá recorrer da decisão judicial em liberdade.
Dois ex-assessores de gabinete de Zé Perueiro foram condenados a seis anos, cada um, por organização criminosa. Um deles, Cleiton Virgílio da Silva, 42, foi presidente da cooperativa de transporte complementar. Ambos tinham de repassar parte dos vencimentos ao PCC, conforme a acusação.
Segundo o Núcleo do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e de Combate ao Crime Organizado) de Guarulhos, subordinado ao MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo), Cleiton e o outro assessor, Luís Alexandre Papalia, 50, o Papa, foram nomeados a pedido da facção criminosa.
As investigações do Gaeco apontam que Zé Perueiro era o braço político do PCC na região do Alto Tietê e, por exigência da organização criminosa, tinha inclusive de planejar e coordenar protestos de perueiros contra a Prefeitura de Suzano. No site do PTB consta que ele foi candidato a vereador pelo partido nas eleições municipais em Suzano, em 2020, mas não se elegeu e era suplente.
A reportagem telefonou para os escritórios de advocacia que representam José Carlos de Souza Nascimento e Cleiton Virgílio da Silva, e também de Daniel Rodrigues Oliveira, mas não obteve contato. A versão dos defensores será publicada se houver uma manifestação.
Ousadia e ofensa
Durante passeata realizada no município em 8 de novembro de 2017, os manifestantes carregaram uma faixa com os dizeres: "Prefeito Cumpra o Combinado". Propositalmente, as três letras maiúsculas da frase, pintadas em vermelho, formavam a sigla PCC.
Para o Gaeco, "o grupo criminoso não ostentou qualquer timidez para demonstrar o poder na região" e a ousadia da manifestação comandada pelo PCC "foi absolutamente desmedida e representou uma verdadeira ofensa ao Estado Democrático de Direito".
A Polícia Civil e promotores de Justiça do Gaeco identificaram os integrantes do bando durante as investigações do assassinato de um policial militar. A vítima foi morta a tiros em 25 de dezembro de 2015. O crime foi cometido perto da cooperativa de transporte.
Investigadores chegaram aos nomes de Dárcio Cândido da Silva, 55, o Tota, e Daniel Rodrigues Oliveira, 45, o Gordão. Eles foram acusados de liderar o PCC nas cidades do Alto Tietê e de manter estreitas relações com a cooperativa de transporte, da qual o segundo foi diretor financeiro.
O juiz José Eugênio do Amaral Souza Neto condenou Tota a 27 anos e 11 meses por organização criminosa, associação ao tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Gordão pegou uma pena de 13 anos e oito meses por organização criminosa e associação ao tráfico.
Outros três réus foram condenados a penas que variam de 11 anos a 17 anos e seis meses de prisão. O magistrado concedeu aos oito réus o direito de recorrer da sentença em liberdade.
O escritório dos advogados de Dárcio Cândido da Silva foi contatado e informou que os defensores não poderiam atender porque estavam em compromisso externo e só retornariam na quarta-feira (24). Marcelo Luís Cardoso de Menezes, advogado de Luís Alexandre Papalia, disse que não podia atender à reportagem porque estava em reunião. A coluna divulgará as versões deles quando tiver um posicionamento.
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