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Dono de 38 clínicas odontológicas sofre com dor de dente na prisão em SP
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Apontado como narcotraficante ligado ao PCC (Primeiro Comando da Capital), Anderson Lacerda Pereira, 43, o Anderson Gordão, dono de 38 clínicas odontológicas em São Paulo, vem sofrendo com dor de dente na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau.
Em dezembro do ano passado, os advogados do preso chegaram a enviar ofício à Justiça informando que o cliente necessitava de cuidados odontológicos, mas que não podia ser atendido por causa de uma "fila de meses de espera".
Segundo os defensores, Anderson Gordão está com os dentes cariados e até hoje sente muitas dores. Os advogados sustentam ainda que o cliente tem problemas graves e crônicos de saúde, como hipertensão arterial e diabetes, e precisa ser atendido por cardiologista e dentista.
A Secretaria Estadual da Administração Penitenciária afirma que o preso é assistido pela equipe de saúde da P-2 de Venceslau desde que ingressou na unidade, em 8 de setembro do ano passado, quando foi removido do CDP (Centro de Detenção Provisória) 1 do Belém, na zona leste paulistana.
A pasta alega ainda que foram prescritos pelo médico todos os remédios necessários para o tratamento do prisioneiro e que, além disso, Anderson Gordão é monitorado pela enfermagem, responsável pelo controle da glicemia capilar e dos sinais vitais dele.
Condenado a 7 anos, 9 meses e 10 dias por tráfico internacional de drogas, Anderson Gordão era um dos criminosos mais procurados pela polícia brasileira e chegou a ter o nome incluído na difusão vermelha da Interpol (Polícia Internacional).
Ele foi preso no dia 5 de setembro do ano passado em Poá, na Grande São Paulo, por policiais civis da 7ª Delegacia Seccional (Itaquera). O narcotraficante responde a processo por lavagem de dinheiro na Justiça de Guarulhos, também na região metropolitana.
Defesa alega inocência
Investigações conduzidas em 2020 pelo delegado Fernando Santiago, à época do 4º Distrito Policial de Guarulhos e hoje no Denarc (Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico), apontaram que Anderson Gordão abriu 38 clinicas odontológicas e um hospital em São Paulo.
O preso também foi acusado de ter adquirido 15 casas de alto padrão em Arujá, na Grande São Paulo, e de ter montado um minizoológico na cidade vizinha de Santa Isabel, inspirado no megatraficante colombiano Pablo Escobar.
Em Arujá, quando estava foragido, o narcotraficante era visto com frequência desfilando em carros de luxo, fumando charutos cubanos e ostentando colares e relógios de ouro. Ele costumava carregar o livro "Cocaína - A Rota Caipira", do escritor e jornalista Allan de Abreu.
O patrimônio de Anderson Gordão foi avaliado em R$ 130 milhões pela Polícia Civil de São Paulo. Para os agentes responsáveis pelas investigações, o criminoso adquiriu os bens com dinheiro do tráfico internacional de drogas e abriu as clínicas em nomes de "laranjas" como forma de lavar o capital.
Os defensores do preso afirmaram à reportagem que Anderson Lacerda Pereira jamais foi integrante do PCC ou de qualquer outra organização criminosa e também que é inocente de todas as acusações, inclusive de lavagem de dinheiro.
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