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Josmar Jozino

REPORTAGEM

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Polícia prende Anderson Gordão, um dos maiores narcotraficantes do país

05.set.2022 - Polícia prende Anderson Gordão, um dos maiores narcotraficantes do país - Reprodução/Polícia Civil
05.set.2022 - Polícia prende Anderson Gordão, um dos maiores narcotraficantes do país Imagem: Reprodução/Polícia Civil

Colunista do UOL

05/09/2022 19h21Atualizada em 06/09/2022 07h35

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A Polícia Civil prendeu na tarde desta segunda-feira (5), em Poá, na Grande São Paulo, Anderson Lacerda Pereira, 42, o Anderson Gordão, apontado como um dos maiores narcotraficantes do Brasil —responsável pelo envio de toneladas de cocaína para a Europa.

O nome dele estava incluído na difusão vermelha da Interpol, a Polícia Internacional, desde 2020, quando virou réu em um processo por lavagem de dinheiro que tramita na Justiça de Guarulhos, também na Grande São Paulo.

Anderson Gordão é acusado de ter montado 38 clínicas médicas e odontológicas na Grande São Paulo e adquirido 15 casas de alto padrão em Arujá, na região metropolitana.

Segundo investigações, ele se infiltrou na Prefeitura de Arujá e fechou contratos milionários, sem licitação, em serviços de coleta de lixo, distribuição de alimentos e medicamentos. Também montou empresas e nomeou parentes como laranjas.

Procurada pela reportagem, a defesa do preso informou que irá se pronunciar oportunamente.

Policiais civis apuraram que Anderson Gordão se inspirou no narcotraficante colombiano Pablo Escobar e montou um minizoológico no município de Santa Isabel, vizinho a Arujá. O patrimônio dele foi avaliado em R$ 130 milhões.

O criminoso costumava desfilar sossegadamente pelas ruas do Arujá em carros de luxo. Gostava de ostentar correntes e relógios de ouro e fumar charutos cubanos. A segurança dele era feita por policiais.

Hospital para integrantes do PCC

Investigadores descobriram também que um dos hospitais montado por Anderson Gordão tinha como objetivo atender integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) baleados em confrontos policiais.

Um dos baleados socorridos foi Giovanni Barbosa da Silva, 29, o Koringa, preso em 9 de janeiro de 2021 em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, na fronteira com Ponta Porã, município localizado em Mato Grosso do Sul.

O criminoso tinha sido baleado na perna no dia 30 de novembro de 2017, após trocar tiros com policiais militares na Freguesia do Ó, zona norte da capital. Ele foi levado por comparsas para o Hospital Vida Mais Vida, em Arujá, a 47 km do local do confronto.

O hospital estava em nome de Gabriel Donadon Loureiro Pereira, 27, filho de Anderson Gordão, procurado pela Justiça. O rapaz responde ao mesmo processo que o pai, por lavagem de dinheiro, e também teve o nome incluído na difusão vermelha da Interpol.

Anderson Gordão foi investigado em 2014 na Operação Oversea, deflagrada pela PF para combater as remessas de toneladas de cocaína para a Europa, via porto de Santos, e acabou condenado a sete anos de prisão por tráfico internacional de drogas pela Justiça Federal.

Ele havia sido preso em 2010, mas foi solto antes de ser condenado por narcotráfico. O mandado de prisão contra ele continua em aberto na Justiça Federal de Santos.