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Charles do Lixão, My Thor, Latrell: quais presos do Rio serão transferidos
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O traficante de drogas Marco Antônio Pereira Firmino da Silva, 53, o My Thor, um dos chefões do CV (Comando Vermelho), a maior facção criminosa fluminense, sofreu uma derrota no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro na última quarta-feira (14). A 8ª Câmara Criminal não acolheu o habeas corpus que pedia liberdade condicional ao preso.
No início da tarde de ontem, My Thor recebeu outra péssima notícia: será transferido para uma penitenciária federal. Além dele, outros 25 presidiários, integrantes de facções criminosas e milícias do Rio de Janeiro, serão removidos para presídios federais por determinação do juiz Marcel Laguna Duque Estrada, da VEP (Vara de Execuções Penais).
São apontados pelas autoridades locais como os mais perigosos da relação dos 26 criminosos:
My Thor;
Charles Silva Batista, 52, o Charles do Lixão, também do CV;
Rodrigo dos Santos, o Latrell, o número 2 de uma das maiores milícias do Rio de Janeiro.
Dos 26 presos do Rio de Janeiro que serão removidos para penitenciárias federais, 13 integram o CV. Outros seis são milicianos. Três pertencem à facção TCP (Terceiro Comando Puro); três são da ADA (Amigo dos Amigos) e um do grupo Povo de Israel.
Quem são os principais traficantes e milicianos
Tido como um dos principais chefes do CV, o traficante de drogas My Thor estava recolhido em presídio federal até março de 2021, quando voltou para Rio. Mas se depender do juiz Duque Estrada, ele ficará ao menos três anos sob tutela do SPF (Sistema Penitenciário Federal).
Condenado a 37 anos e oito meses, My Thor alega estar em regime fechado desde 5 de maio de 2000 e preso ininterruptamente desde 2007. Diz ainda que cumpriu a metade da pena em 27 de fevereiro de 2019 e tem direito à condicional. Todos os pedidos dele em busca do benefício foram indeferidos.
Charles do Lixão tem condenação de 29 anos e quatro meses. Assim como My Thor, ele já passou pela Penitenciária Federal de Catanduvas (PR). Quando voltou para o presídio de Bangu 1, retomou, de dentro da cadeia, o controle do tráfico de drogas na Favela do Lixão, em Duque de Caxias.
Preso em um hotel em São Paulo em março do ano passado, Latrell é considerado o braço direito de Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, líder da maior milícia do Rio de Janeiro. Segundo a Polícia Civil do Rio, o criminoso é suspeito de cometer vários homicídios.
Ele responde a processo pelo assassinato do cabo da Polícia Militar Devid de Souza Matos. A vítima tinha 42 anos e foi atingida com tiro na cabeça durante um confronto com os milicianos em Queimados, na Baixada Fluminense, em dezembro de 2021.
Edmilson Gomes Menezes, 38, o Macaquinho, é outro nome da lista dos 26 presos que serão transferidos nos próximos dias. Chefe de milícia nas Zonas Norte e Oeste da cidade do Rio de Janeiro, ele está atrás das grades desde agosto de 2021, quando foi capturado por policiais civis. Ele acabou sendo encontrado debaixo da cama da casa de uma tia, em Manguinhos.
Macaquinho é acusado por uma série de homicídios. Uma das vítimas, José Carlos da Silva, foi morta a tiros em novembro de 2017 porque se recusou a pagar a taxa imposta pelos milicianos que controlavam o Morro do Fubá.
A reportagem não conseguiu contato com os advogados de My Thor, Charles do Lixão, Latrell e Macaquinho, mas publicará a versão dos defensores de todos eles, caso haja manifestação.
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