Marmita de preso em cadeia do PCC tinha arroz, carne e 2 kg de cocaína
Policiais penais encontraram dois quilos de cocaína na marmita atribuída ao preso Antônio Cícero Almeida da Silva, 47, recolhido na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, um dos mais fortes redutos do PCC (Primeiro Comando da Capital) no estado de São Paulo.
A cocaína estava misturada ao arroz, à carne e ao pimentão. O forte cheiro chamou a atenção dos agentes. A mulher do prisioneiro, uma manicure de 39 anos, foi presa em flagrante sob a acusação de tráfico de drogas. O caso aconteceu em 25 de junho deste ano, mas só veio a público agora.
A ré foi julgada ontem, mas até o início da noite, a sentença não tinha sido anunciada. A advogada dela, Elimaira Sgotti, disse que a cliente é inocente.
Era um domingo. A manicure tinha ido visitar o marido. Um policial penal revistou o "jumbo" (sacola com mantimentos) que a mulher levava para o presidiário. O agente sentiu um odor diferente e suspeitou da existência da droga misturada à comida.
Ao ser indagada sobre a substância encontrada no pote de alimentos, a mulher alegou que aquela marmita não era dela e que ela tinha levado outras três. A manicure recebeu voz de prisão, foi conduzida à delegacia da cidade e posteriormente removida para a Cadeia Pública de Tupi Paulista.
O marido dela estava na cela 12 do Pavilhão 5 da P-2 de Venceslau, aguardando a entrada da mulher. O preso foi comunicado sobre a prisão em flagrante da manicure e ficou inconformado. Antônio disse aos policiais penais que ela jamais cometeria um ato ilícito.
O preso afirmou aos agentes que sempre orientou a mulher a identificar os potes, garrafas de refrigerantes e outros objetos com o nome, a matrícula e o número da cela dele para evitar possíveis problemas. Antônio disse acreditar que a marmita atribuída à manicure foi trocada por outra pessoa, por má-fé.
Antônio acrescentou que jamais pediria para a mulher levar drogas para ele na prisão e observou que o circuito de câmeras de segurança da unidade poderia provar a inocência dela. A Justiça requisitou às imagens, no mês passado, mas o presídio informou que elas ficaram disponíveis só 15 dias.
Julgamento
A advogada Elimaira Sgotti, defensora da manicure, disse acreditar que "infelizmente, na hora de entrada do jumbo, os recipientes foram trocados e quando a cliente ingressou na parte interna do presídio, ao passar pelo detector (equipamento de segurança), a droga foi encontrada".
A defensora afirmou que a cliente visitava o marido por longo período e jamais se envolveu em alguma intercorrência. Elimaira Sgotti argumentou que a manicure tem ocupação lícita e trabalha há anos na área de beleza com grande clientela.
A juíza Viviane Cristina Parizotto de Oliveira, da 2ª Vara Criminal de Presidente Venceslau, começou a julgar a presa às 14h30 de terça-feira (26). Foram ouvidas duas testemunhas de defesa e outras duas de acusação.
Até a publicação deste texto, a sentença ainda não havia sido anunciada pela magistrada. O texto será atualizado assim que a decisão for publicada pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
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