Josmar Jozino

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Português preso pela PF na Praia Grande é do bando de 'Escobar brasileiro'

Um apartamento na rua Botocudos, na Vila Tupi, em Praia Grande, Baixada Santista, era o endereço e esconderijo do português Luís Miguel Gomes de Almeida, 60, preso ontem por policiais federais sob a acusação de tráfico internacional de drogas.

O nome de Almeida estava incluído desde 3 de maio de 2023 na difusão vermelha da Interpol, a polícia internacional. Contra ele havia um mandado de prisão preventiva para extradição expedido pelo Juízo Central Criminal de Lisboa.

Agentes portugueses afirmaram à reportagem, na condição de anonimato, que o preso tinha ligações com o bando comandado pelo ex-major da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul Sérgio Roberto de Carvalho, o "Escobar brasileiro", preso na Bélgica e responsável pelo envio de toneladas de cocaína para a Europa.

Segundo as autoridades lusitanas, entre o período de novembro de 2010 e julho de 2011, Almeida comandou um esquema de envio de cocaína do Brasil para Portugal utilizando "mulas", como são chamadas as pessoas contratadas para transportar drogas.

Almeida é condenado em Portugal a 7 anos e 10 meses de prisão por narcotráfico. Ele deve ser extraditado ao país de origem para cumprir a pena. O mandado de prisão no Brasil foi assinado pelo ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal).

A reportagem não conseguiu contato com o advogado de Luís Miguel Gomes de Almeida, mas o espaço continua aberto para manifestação.

Investigações da Interpol e da Polícia Federal apuraram que o português estava residindo na Praia Grande. Agentes federais fizeram diligências na região na manhã de ontem e avistaram Almeida em frente ao prédio onde morava.

O narcotraficante não ofereceu resistência ao ser detido. Ele foi levado para uma Delegacia da PF na Baixada Santista. Almeida exerceu o direito de fazer uma ligação telefônica e, imediatamente, entrou em contato com a namorada para comunicar que havia sido preso.

O português passou por audiência de custódia na manhã de hoje em uma Vara Criminal Federal da Baixada Santista. Ele seria removido para o prédio da Superintendência da Polícia Federal em São Paulo, na Lapa, zona oeste paulistana.

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O criminoso ficará à disposição das autoridades federais do Brasil, aguardando o processo de extradição para Portugal. Segundo a PF, Almeida é solteiro e não tem filhos em território brasileiro.

Quadrilha do "Escobar brasileiro"

As informações são de que Almeida é ligado à quadrilha do português Ruben Oliveira, 39, conhecido como Xuxas, considerado o maior traficante de drogas da história de Portugal. Ele foi preso em fevereiro deste ano pela Polícia Judiciária de Portugal.

As autoridades portuguesas afirmam que Xuxas era o braço direito do Major Carvalho, chamado na Europa de "Escobar brasileiro" em alusão ao narcotraficante colombiano Pablo Escobar.

Major Carvalho foi preso em um hotel de luxo em Budapeste, na Hungria, em junho de 2022, e deportado para um presídio em Bruxelas, na Bélgica, em 15 de junho deste ano. Ele foi acusado de exportar 50 toneladas de cocaína para a Europa, via portos brasileiros, avaliadas em R$ 2,25 bilhões.

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