Josmar Jozino

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Reportagem

'Gatinha da Cracolândia' visita namorado preso em SP, mesmo sendo proibida

A SAP (Secretaria Estadual da Administração Penitenciária) instaurou uma apuração preliminar para saber como a influenciadora digital Lorraine Bauer Romeiro, 21, conhecida como "Gatinha da Cracolândia", conseguiu visitar o namorado preso em um CDP (Centro de Detenção Provisória) na Grande São Paulo.

Lorraine é condenada a cinco anos por tráfico de drogas e cumpre prisão domiciliar. Segundo agentes penitenciários, ela não poderia entrar em presídios em São Paulo, mas conseguiu visitar o "companheiro" Anderson Silva, no último dia 21, no CDP 1 de Osasco.

Funcionários contaram, na condição de anonimato, que tentaram barrar a entrada de Lorraine no CDP, mas não tiveram êxito porque receberam "ordens superiores" autorizando o ingresso da visitante na unidade prisional.

A SAP informou, em nota enviada à reportagem, que "Lorraine está proibida de fazer visitas no Centro de Detenção Provisória 1 de Osasco, desde o dia 23 de janeiro, devido a antecedentes criminais e processos judiciais em andamento".

A reportagem não conseguiu contato com a advogada de Lorraine, mas o espaço continua aberto para manifestação.

A jovem foi presa pela primeira vez em junho de 2021, na Praça Princesa Isabel, na região central de São Paulo. Segundo a Polícia Civil, ela foi flagrada com 10 porções de cocaína, 10 de crack e seis de maconha escondidas em roupas íntimas. Na ocasião, negou ser a dona das drogas.

A prisão, no entanto, foi convertida em domiciliar porque, à época, a filha dela tinha nove meses. Porém, um mês depois, ela voltou a ser detida, dessa vez em Barueri, acusada de guardar em um imóvel 85 porções de maconha, 295 de cocaína e 8 de crack. A droga abasteceria a "cracolândia".

Beneficiada por decisão do STJ

Em 11 de abril de 2022, o juiz Fernando Augusto Andrade Conceição, da 14ª Vara Criminal da Capital, condenou Lorraine a cinco anos por tráfico de drogas. Mas ela não ficou muito tempo atrás das grades.

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No dia 13 de dezembro de 2022, a Sexta Turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça) mandou soltá-la, substituindo a prisão por medidas cautelares, como a proibição de mudar de endereço sem comunicar a Justiça, não frequentar determinados lugares, como bares, e se recolher à noite.

Em outro julgamento, realizado em 23 de fevereiro de 2022, a Justiça de São Paulo absolveu Lorraine por outra acusação por tráfico de drogas. Ela foi apontada como suspeita de ter escondido 400 kg de droga em uma casa na rua Helvétia, no centro de São Paulo.

O juiz Gerdinaldo Quichaba Costa, da 13ª Vara Criminal da Capital, entendeu que não havia provas suficientes que ligassem Lorraine ao crime. No depoimento prestado na fase judicial, a ré negou que as drogas fossem dela.

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