Meia Folha, do PCC, morto no Guarujá (SP), era suspeito de matar jornalista
As investigações sobre o assassinato de Cristiano Lopes Costa, 41, o Meia Folha, um dos homens fortes do PCC (Primeiro Comando da Capital) na Baixada Santista, morto a tiros no último dia 12 no Guarujá, devem ter novos desdobramentos nos próximos dias.
Os rumores são de que ele tinha envolvimento no homicídio do jornalista Thiago Rodrigues, pré-candidato à Prefeitura do Guarujá e assassinado a tiros na noite de 27 de dezembro do ano passado. E de que Meia Folha foi morto por queima de arquivo.
Segundo a Polícia Civil, Meia Folha era proprietário da HC Transporte e Locação Eirelli. A empresa tinha dois contratos vigentes com a Prefeitura do Guarujá e era responsável por cuidar da limpeza das unidades de saúde no município.
Fontes disseram à reportagem, na condição de anonimato, que Meia Folha tinha outra empresa e cuidava de uma ONG na Favela do Caixão, onde foi gerente do tráfico de drogas do narcotraficante André Oliveira Macedo, o André do Rap, foragido da Justiça.
O jornalista descobriu irregularidades em uma das empresas de Meia Folha e por isso teria sido assassinado. As fontes disseram que policiais apuraram o envolvimento de Meia Folha no homicídio e o extorquiram. O membro do PCC então deixou de pagar propina e foi morto por queima de arquivo.
Meia Folha foi baleado em uma lanchonete no cruzamento das Ruas São Paulo e São Jorge. Ele chegou já sem vida ao Hospital Vicente de Carvalho. As fontes atribuem a autoria do crime a um policial militar. Um ex-vereador também acabou ferido a tiros, mas teve mais sorte e sobreviveu ao ataque.
A princípio, policiais civis não descartavam a hipótese de Meia Folha ter sido assassinado por causa do racha histórico no PCC, envolvendo Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, tido como líder máximo da facção, e Roberto Soriano, o Tiriça, excluído recentemente da organização.
Além de André do Rap, Meia Folha foi comparsa de Albiazer Maciel de Lima, 44, o Mela Eixo, rei do roubo de carga, morto em 14 de junho de 2021, na penitenciária 2 de Presidente Venceslau. Mela Eixo, por sua vez, era amigo de Marcola e cumpriu pena com ele naquela unidade prisional.
O que disse a Prefeitura do Guarujá
Em nota, a Prefeitura do Guarujá informou que os contratos com a empresa HC Transporte e Locação Eirelli foram firmados em 2022, tinham vigência de um ano, podendo ser prorrogados até o quinto ano.
Segundo a Prefeitura análises referentes à pessoa física dos responsáveis pelas empresas não constam nas exigências legais. A nota afirmou que para empresas vencedoras de processos licitatórios no município é exigido um rol de documentos, sempre relacionados ao seu CNPJ, no sentido de comprovar a regularidade perante os órgãos competentes.
"Análises referentes à pessoa física de seus responsáveis não constam do rol de exigências legais, exceto no que se refere a grau de parentesco com servidores municipais ou detentores de mandato eletivos no município, o que é vedado por lei e precisa ser informado pelos cidadãos cujas empresas vencem um certame, em forma de declaração assinada", diz a nota.
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