Josmar Jozino

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Prisão de Brasília tem de tudo; líder do PCC, delegado, deputado e mafioso

Desde domingo (24), a Penitenciária Federal de Brasília vem sendo chamada por policiais penais de "clínica geral", porque abriga presos das mais variadas "especialidades", como faccionados do PCC (Primeiro Comando da Capital), mafiosos italianos, um deputado federal e um delegado da Polícia Civil.

O apelido ganhou força depois que chegaram à unidade prisional o deputado Chiquinho Brazão (sem partido), o irmão dele, Domingos Frazão, conselheiro do TCE-RJ (Tribunal de Contas do Rio de Janeiro), e Rivaldo Barbosa, delegado e ex-chefe da Polícia Civil fluminense.

O trio foi preso na manhã de domingo sob a acusação de mandar matar a vereadora Marielle Franco e o motorista dela, Anderson Gomes, em março de 2018, na capital carioca. As prisões foram autorizadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Na Penitenciária Federal de Brasília, os três recém-chegados foram colocados em celas individuais, assim como os demais presos. Eles ficaram isolados em alas diferentes e permaneceram trancados o tempo todo, sem sair para o pátio de banho de sol.

Há informações de que os nomes deles ainda não foram inseridos no sistema do presídio. Os rumores são de que apenas um ficará no presídio de Brasília. Outro deverá ser removido nas próximas horas para a Penitenciária Federal de Campo Grande e o terceiro irá para Porto Velho.

Novatos em meio a rivais

Além dos novatos, a unidade federal abriga a liderança do PCC, como Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, o irmão dele, Alejandro Juvenal Herbas Camacho Júnior, o Júnior, e Cláudio Barbará da Silva, o Barbará.

Na "clínica geral" também estão recolhidos os novos rivais de Marcola, como Roberto Soriano, o Tiriça, Abel Pacheco de Andrade, o Vida Loka, e Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho. Eles foram excluídos do PCC e há rumores de que estejam tentando criar outra facção.

Em outra ala, chamada de vivência, estão dois mafiosos da Ndrangheta. O italiano Nicola Assisi e o filho dele, Patrick Assisi, têm ligações com o PCC. Segundo investigações da Polícia Federal, ambos estavam entre os maiores fornecedores de cocaína para a Europa.

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A Penitenciária de Brasília é considerada a mais segura dos cinco presídios federais do país e, por isso, abriga os detentos considerados mais perigosos. Ela é a única que tem muralha. As unidades de Catanduvas (PR), Mossoró (RN), Campo Grande e Porto Velho possuem cerca elétrica.

A muralha de concreto foi construída na "clínica geral" de Brasília para evitar uma fuga, como a que ocorreu em Mossoró.

Em 14 de fevereiro, dois presos fugiram da prisão federal no Rio Grande do Norte. Os foragidos, integrantes do CV (Comando Vermelho), cortaram a cerca com um alicate deixado propositalmente no local.

O sistema de alarme estava desligado. Peritos da Polícia Federal fizeram foto do alicate e investigam se houve facilitação de fuga.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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