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Josmar Jozino

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Reportagem

Veterana da ala feminina do PCC é presa outra vez em SP, diz PM

Aurozita Regia da Silva, 61, começou a cometer pequenos furtos em 1986. Mas ficou "famosa" no mundo do crime em abril de 1992, após comandar um roubo ao apartamento do humorista Ary Toledo, um flat na avenida Brigadeiro Luís Antônio, nos Jardins, em São Paulo.

A mulher, apontada pela Polícia Militar como veterana da ala feminina do PCC (Primeiro Comando da Capital), voltou a ser presa ontem, em Queluz (SP). Ela ocupava um carro dublê no km 14 da rodovia Presidente Dutra quando foi abordada pelos militares.

Os agentes acessaram o Detecta, um sistema de monitoramento com uso de câmeras e banco de dados de informações policiais, e após consulta à fotografia dela, constataram que Aurozita era foragida da Justiça. Contra ela, havia sete mandados de prisões em aberto.

A Polícia Civil apurou que a procurada havia sido beneficiada com a saída temporária na Penitenciária Feminina de Tremembé (SP), de regime semiaberto, em 19 de junho do ano passado, e não retornou à unidade prisional no prazo determinado.

O serviço de inteligência da SAP (Secretaria da Administração Penitenciária), descobriu que a presa havia rompido o aparelho de monitoramento eletrônico durante a saidinha. Agora ela vai perder todos os benefícios e voltar a cumprir a pena de 13 anos em regime fechado.

Dona de extensa ficha criminal, Aurozita já foi processada por diversos furtos, roubos, extorsão mediante sequestro e homicídio. A Polícia Militar diz que ela confessou ser integrante do PCC. Mas a acusada sempre negou pertencer à facção criminosa em depoimentos à Justiça.

A presidiária já passou por várias unidades prisionais do estado de São Paulo. Documentos obtidos pelo UOL mostram que ela ficou recolhida em oito penitenciárias, seis cadeias públicas e um CDP (Centro de Detenção Provisória). Também foi autuada em oito distritos policiais.

Envolvimento afetivo

O crime de maior repercussão atribuído a ela foi o roubo no apartamento do humorista Ary Toledo. Em 13 abril de 1992, ela se hospedou no quarto 1004 do The Plaza Flat Service. No mesmo dia, três comparsas de Aurozita entraram no residencial como visitantes dela.

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Por volta das 23h, a ladra bateu à porta do quarto de Ary Toledo. Ele pensou que era a recepcionista do período noturno e franqueou a entrada. Logo em seguida, apareceram os demais assaltantes. O humorista foi rendido e ameaçado de morte.

Os ladrões o obrigaram a abrir o cofre. A quadrilha recolheu relógios de luxo, como um Rolex e um Baume & Mercier. O bando roubou também várias joias, perfumes caros, roupas de grife e US$ 3 mil, além de 400 mil cruzeiros, a moeda da época no Brasil.

Ao ser presa, Aurozita alegou ser inocente. Ela contou à polícia que teve um envolvimento afetivo com Ary Toledo e que depois disso ele a denunciou de ter se apoderado indevidamente dos relógios, dólares e demais objetos levados do apartamento do humorista.

Ela foi condenada a sete anos e nove meses por esse crime. Removida do Recife para São Paulo, Aurozita ficou presa em várias unidades. Até ser solta em 13 de maio de 2014. Porém, cinco meses depois, acabou detida em flagrante mais uma vez. Em junho de 2023, a Justiça a beneficiou com o semiaberto.

A reportagem não conseguiu contato com os advogados de Aurozita. O espaço continua aberto para manifestações. O texto será atualizado, caso haja um posicionamento dos defensores dela.

Errata:

o conteúdo foi alterado

  • Diferentemente da primeira versão deste texto, a imagem destacada na matéria e na chamada na home page do UOL, não se referia a Aurozita Regia da Silva. A foto foi alterada.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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