Namorada de delator é ouvida pela polícia após deixar aeroporto às pressas
A Polícia Civil quer saber por que a namorada de Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, 38, delator do PCC (Primeiro Comando da Capital) e assassinado a tiros ontem no aeroporto internacional de Guarulhos (SP), deixou o local do crime ontem às pressas.
A mulher, identificada como Maria Helena Paiva Antunes, segundo a Polícia Civil, voltava de viagem com Vinícius e o motorista dele, Danilo Lima Silva, 35.
Investigadores descobriram que, logo após o namorado ter sido baleado fatalmente, ela deixou o aeroporto com um dos policiais militares da escolta dele, cujo nome não foi divulgado.
O casal de namorados tinha viajado para Maceió, em Alagoas, e voltou para São Paulo em um voo da Latam. Maria ocupava o assento 4F (janela), e Vinícius, o de número 4E, no meio, ao lado dela.
A reportagem apurou que ambos namoravam havia seis meses. Eles costumavam frequentar festas, iam juntos para baladas e também tinham o hábito de viajar. O empresário estava apaixonado por ela e a conheceu logo após terminar o relacionamento com a esposa dele.
Maria também sempre andava em companhia de um amigo que era como uma espécie de secretário dela. O rapaz frequentava os mesmos locais com Vinícius e a namorada. Os três eram vistos com muita frequência nos mesmos ambientes.
Pessoas ligadas a Vinícius disseram à reportagem ter estranhado o fato de Maria ter saído às pressas do aeroporto ao ver o namorado caído, sangrando e praticamente morto na ala de desembarque do terminal 2 do maior aeroporto do Brasil.
O DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) investiga o assassinato de Vinícius. Maria foi ouvida no departamento e o telefone celular dela foi apreendido. Os agentes querem saber com quem ela falou momentos antes e depois do crime.
O empresário havia contratado quatro policiais militares para cuidar da escolta pessoal dele e do filho de 12 anos. Os PMs foram ouvidos ontem na 3ª Deatur (Delegacia de Atendimento ao Turista) do aeroporto de Guarulhos e tiveram os telefones celulares apreendidos, como divulgou hoje em primeira mão esta coluna.
A Polícia Civil e a Corregedoria da Polícia Militar investigam a conduta dos PMs responsáveis pela escolta do empresário. Os quatro foram afastados do serviço.
A reportagem não conseguiu contato com os advogados de Maria nem dos PMs da escolta de Vinícius. O espaço continua aberto para manifestações. O texto será atualizado se houver um posicionamento dos defensores de todos eles.
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