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Juliana Dal Piva

REPORTAGEM

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Jogador brasileiro na Ucrânia cobra ajuda do presidente Jair Bolsonaro

Colunista do UOL

28/02/2022 10h17

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O brasileiro Cristian Dal Bello, jogador do Zorya, de Luhansk, vive situação crítica tentando deixar a Ucrânia rumo à Polônia. Nesta segunda-feira (28), ele escreveu uma mensagem ao presidente Jair Bolsonaro depois de ter sido impedido de entrar na Polônia no sábado.

"E nós seu presidente? Estamos aqui 5 brasileiros com criança pequena, tentamos de todas as formas e ninguém nos ajuda a sair, o que você vai fazer conosco? Por que um grupo você ajudou e o resto? Não importa? Por que até agora ninguém do governo nos ajudou a sair? Qual a providência você vai tomar? Estamos morrendo de medo e queremos sair daqui. Só queremos ir para nosso país", escreveu Cristian em resposta a Bolsonaro no Instagram.

Cristian afirmou à coluna que vai fazer uma nova tentativa de deixar a Ucrânia nesta segunda, agora de trem. Ele é natural de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, e está na Ucrânia há quatro meses.

Entre a última sexta-feira e sábado, o jogador deixou Zaporizhzhya, cidade a cerca de 670km da capital Kiev, em um trem de emergência e, por isso, ele só conseguiu sair com as roupas do corpo e documentos. De trem, ele chegou a Lviv no sábado junto com um grupo de brasileiros e depois eles caminharam cerca de 60 quilômetros até a fronteira.

Jogador na Ucrânia pede ajuda ao presidente Bolsonaro - Divulgação - Divulgação
Jogador Cristian Dal Bello pede ajuda ao presidente Jair Bolsonaro
Imagem: Divulgação

O grupo caminhou por 60 quilômetros até a fronteira com a Polônia e, segundo Cristian, foi ameaçado por militares. Em vídeos, ele relatou as dificuldades. Como não conseguiu entrar na Polônia, o grupo chegou a fazer fogueiras para se aquecer devido ao intenso frio no inverno europeu.

"Chegamos na Polônia, e a cena era terrível e não desejamos para ninguém. É uma situação muito, muito difícil. Os militares ameaçaram bater. Todo mundo com frio, fome. Uma cena terrível. Só vimos em filme até hoje", contou Cristian.

"Decidimos voltar, tentar uma carona para voltar. Chegamos no hotel aqui agora. To com a mesma roupa há três ou quatro dias. A gente saiu sem roupas. Só a roupa do corpo e documentos que foi o que deu. Situação muito difícil", completou.

Ele passou a última noite em um hotel na cidade de Lviv que foi providenciado com apoio da Embaixada brasileira. Mesmo assim, devido a todas as dificuldades dos últimos dias, o grupo fez críticas à falta de ajuda para sair da Ucrânia.