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Juliana Dal Piva

REPORTAGEM

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Chefe da Caixa diz que Bolsonaro é "idolatrado" no NE; rejeição é de 62%

Presidente da Caixa, Pedro Guimarães, em evento do PL com apoiadores de Jair Bolsonaro - Eduardo Militão
Presidente da Caixa, Pedro Guimarães, em evento do PL com apoiadores de Jair Bolsonaro Imagem: Eduardo Militão

e Eduardo Militão

28/03/2022 11h28

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O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, estava entre os que posaram para selfies com vários apoiadores de Jair Bolsonaro no centro de convenções do Setor de Clubes Sul, no evento do PL com a participação do presidente Jair Bolsonaro, pré-candidato à reeleição. Em entrevista, Guimarães disse ao UOL que Bolsonaro é "idolatrado" no interior do Nordeste.

"Todo mundo tem carinho por nós", afirmou. "Quer ver onde tem mais carinho? No Nordeste. Quer ver um lugar onde o presidente é totalmente idolatrado? Nordeste, interior da Bahia, do Maranhão. Ninguém tá me falando. Eu vivi isso", disse Guimarães. O presidente da Caixa avalia que viu no domingo um "carinho" semelhante das pessoas em relação ao presidente, como nos finais de semana em que ele viaja pelo país. Segundo Guimarães, foram 134 fins de semana em viagem nos últimos anos. Dessas, pelo menos, 50 ele estava com o presidente.

A popularidade de Bolsonaro no Nordeste, porém, não aparece nas pesquisas. A última pesquisa Datafolha divulgada, na sexta-feira (25), mostra Bolsonaro com menos intenção de votos no primeiro turno no Nordeste, do que na média nacional. Na região, ele tem 20% das intenções de voto, contra 55% de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No Brasil todo, a diferença é menor, de 17 pontos, a favor de Lula: 43% a 26%.

A rejeição a Bolsonaro é maior no Nordeste, segundo o Datafolha. Nacionalmente, 55% disseram que não votariam nele de jeito nenhum no primeiro turno. Para Lula, esse índice é de 37%. Na região, Bolsonaro tem 62% de rejeição, de acordo com a pesquisa.

Guimarães disse que há muitas as diferenças da gestão da Caixa na era Bolsonaro em relação ao passado, como os investimentos em meio ambiente. Segundo ele, o banco investe R$ 150 milhões por ano na área. O presidente do banco ainda destacou ações de microcrédito e garantiu que ele tem "total controle" sobre a instituição.

Ele criticou os patrocínios a camarotes de carnaval em cima de agências do banco e a grandes clubes de futebol e a apreensão de R$ 51 milhões na casa do ex-vice-presidente da Caixa, Geddel Vieira Lima, ex-deputado do MDB. "Camarote de carnaval em governos passados; [no governo] atual, patrocinar meio ambiente. Olha a diferença", disse Guimarães.