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Castro diz que não critica Lula e aliados de Bolsonaro cobram fidelidade
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Depois que o governador do Rio, Cláudio Castro (PL-RJ), disse que é "apoiador" de Jair Bolsonaro, mas que "não vai criticar Lula", alguns dos principais interlocutores do presidente criticaram, internamente, a declaração do mandatário fluminense. Segundo o que foi relatado à coluna, as reclamações ocorreram sobretudo em grupos de mensagens.
Na visão dos mais próximos a Bolsonaro, não há espaço para concessões. É preciso que os que se apresentam como aliados do presidente e, desejam seu apoio durante a eleição, o defendam e estejam com ele incondicionalmente. No bolsonarismo, a disputa de 2022 é vista como uma espécie de guerra. O próprio presidente disse, em um evento do PL em março, que a corrida eleitoral era como uma "luta do bem contra o mal".
Na avaliação de alguns interlocutores, Castro precisará se esforçar nos próximos dias para amenizar a situação criada a partir da declaração.
No entanto, há algum tempo o governador convive com dificuldade com a proximidade que sua imagem tem do presidente. No ano passado, ele vinha sendo aconselhado por auxiliares no governo fluminense a descolar sua imagem em relação ao presidente. Só que com a chegada de Bolsonaro ao PL essa situação se tornou mais complexa.
Os conselheiros do governador estão atentos aos números das pesquisas que mostram a reprovação do presidente junto à população e temem os reflexos disso até a eleição de 2022. No Datafolha de março, a reprovação foi a 46%. Esse número já foi 53% no ano passado. Um interlocutor contou à coluna que a ideia era fazer um distanciamento gradual e tentar atrair eleitores do centro que não estão contentes com o bolsonarismo.
No entanto, com a chegada de Bolsonaro ao partido, a sensação é de que o governador terá obrigação de fazer campanha pela reeleição do presidente. Há também uma avaliação de integrantes do PL de que uma tentativa de Castro de descolar a imagem de Bolsonaro pode ser mal vista pelo eleitor bolsonarista que poderia migrar para outro candidato da centro-direita. O governador correria o risco de perder o eleitor que vota em Bolsonaro sem conseguir atingir outros do centro e da esquerda.
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