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Juliana Dal Piva

REPORTAGEM

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Em vitória de Nunes Marques, Bolsonaro escolhe novos ministros do STJ

Ministro Kassio Nunes Marques, do STF - Carlos Moura/SCO/STF
Ministro Kassio Nunes Marques, do STF Imagem: Carlos Moura/SCO/STF

Colunista do UOL

01/08/2022 07h28

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O Diário Oficial desta segunda-feira (1º) foi publicado com os nomes dos dois novos ministros do STJ (Superior Tribunal de Justiça) indicados pelo presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ): Messod Azulay Neto, do TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região), e o desembargador Paulo Sérgio Domingues, do TRF-3. Eles vão agora para aprovação do Senado Federal.

Domingues representa uma surpresa e ficou com a vaga que era dada como certa para o desembargador Ney Bello, do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região). A indicação do desembargador do TRF-3 representa uma vitória do ministro Nunes Marques, do STF (Superior Tribunal Federal) junto ao governo.

Messod Azulay Neto é o atual presidente do TRF-2. Formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, chegou ao TRF-2 em 2005. Paulo Sérgio Domingues é formado pela Universidade de São Paulo e se tornou desembargador do TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) em 2014. Domingues teve apoio do ministro Dias Toffoli, do STF, para obter a vaga do STJ.

A reviravolta que retirou o nome de Ney Bello, favorito até dias atrás, ocorreu devido a um veto do ministro ao nome do antigo colega de TRF-1. Interlocutores do presidente contaram à coluna no domingo (31) que Nunes Marques disse que poderia romper com o governo se Ney Bello fosse indicado. Procurado, o ministro do STF disse à coluna que não fez pressão alguma.

Ney Bello perdeu a vaga mesmo com o apoio do ministro Gilmar Mendes, do STF, para a indicação. Ele ainda tinha sinal positivo de vários interlocutores do presidente. Entre eles, o advogado Frederick Wassef, que representa a família Bolsonaro em diferentes casos. A coluna apurou que a escolha de Bolsonaro deixou o advogado bastante irritado, já que ele defendia o nome de Ney Bello.

A crise começou ainda na quinta-feira (28) quando aliados do presidente informaram Nunes Marques que Bolsonaro faria as indicações. Desde então, o ministro deixou claro que era contrário. A coluna apurou que vários interlocutores do presidente tentaram convencer Nunes Marques nos últimos dias a aceitar a nomeação do ex-colega do TRF-1. No entanto, o ministro do STF se mostrou irredutível no veto.

As diferenças entre Nunes Marques e Ney Bello teriam começado em 2020, na época da indicação do ministro ao STF. Depois disso, os dois nunca mais tiveram proximidade.