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Juliana Dal Piva

REPORTAGEM

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Sobrinho de Bolsonaro, Léo Índio participou de invasão ao Congresso no DF

Léo Índio, sobrinho de Bolsonaro em atos golpistas - reprodução redes sociais
Léo Índio, sobrinho de Bolsonaro em atos golpistas Imagem: reprodução redes sociais

Colunista do UOL

08/01/2023 22h39

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Leonardo Rodrigues de Jesus, o Léo Índio, sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro participou da invasão ao Congresso Nacional no domingo (8). No instagram, ele postou imagens no prédio e escreveu: "Focarão no vandalismo certamente. Mas sabemos a verdade. Olhos vermelhos = gás lacrimogêneo". Procurado, ele não retornou.

Léo Índio é primo de Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro. Em 2022, ele foi candidato a deputado distrital pelo PL, mas não conseguiu se eleger. Ele veio para Brasília após a eleição de Bolsonaro, em 2019, e trabalhou como assessor do senador Chico Rodrigues (DEM-RR) até o parlamentar ser flagrado com R$ 30 mil na cueca. Depois, foi funcionário da liderança do PL no Senado.

Antes dos cargos no Senado, Carlos Bolsonaro tentou emplacar Léo no Planalto. A ideia era que ele ocupasse algum cargo na Secretaria de Governo da Presidência da República. No entanto, o sobrinho do presidente foi barrado pelo então ministro da pasta, o general da reserva Alberto Santos Cruz.

Auxiliares do ministro, à época, avaliaram que o currículo do sobrinho do presidente não tinha as qualificações necessárias para o cargo no ministério. Léo não possui ensino superior e sua experiência profissional prévia era como vendedor, além de assessor do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), na época da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio).

Justamente o período como assessor na Alerj fez com que ele fosse incluído pelo Ministério Público do Rio (MP-RJ) entre os investigados do caso de Flávio na rachadinha do gabinete.

Em 2021, o UOL mostrou que Mariana Mota, ex-chefe de gabinete de Flávio, fez pagamentos de despesas locatárias de uma quitinete no centro do Rio, onde Léo morava. O dinheiro provinha da conta de Mariana, no período em que Flávio foi deputado estadual e que Léo constava como seu assessor na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), ao longo de 2007.

Foram cinco pagamentos. Em fevereiro de 2007, Mariana fez uma transferência identificada como "al.leo" para Norival Dantas, que alugava imóvel para Leo Índio. O valor foi de R$ 503. No mês seguinte, repetiu a operação para Dantas, no valor de R$ 460 — dessa vez, anotou "condomin".