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Juliana Dal Piva

REPORTAGEM

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Anderson Torres depõe para a PF na quinta-feira e deve quebrar silêncio

                                 Ex-ministro de Bolsonaro, Anderson Torres foi preso na manhã deste sábado (14), veja motivo da prisão de Anderson Torres e veja mais sobre situação de Torres                              -                                 ISAC NOBREGA/PR
Ex-ministro de Bolsonaro, Anderson Torres foi preso na manhã deste sábado (14), veja motivo da prisão de Anderson Torres e veja mais sobre situação de Torres Imagem: ISAC NOBREGA/PR

Colunista do UOL

01/02/2023 12h22

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O ex-ministro da Justiça Anderson Torres vai depor à PF (Polícia Federal) nesta quinta-feira (2) às 10h30. Fontes relacionadas à investigação confirmaram à coluna que o depoimento vai ocorrer no 4º Batalhão de Polícia Militar do DF (Distrito Federal), onde Torres está preso.

A expectativa é que ele apresente uma versão para as acusações e também fale sobre a minuta que tinha como objetivo decretar um estado de defesa no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

O ex-ministro já antecipou parte de sua defesa na audiência de custódia no dia 14 de janeiro, quando falou para um juiz. Na ocasião, ele disse que "jamais questionou o resultado das eleições" e disse que não integra nenhuma "guerra ideológica" no Brasil. Além disso, ressaltou que colaborou com a transição de governo em dezembro.

A coluna apurou que ele deve falar que não se recorda quem entregou ou produziu a minuta sobre o estado de defesa no TSE e que esse tipo de documento circulava muito em dezembro. O advogado de Torres, Rodrigo Roca, também admitiu à coluna que recebeu documentos desse tipo quando ainda atuava como secretário de Defesa do Consumidor no Ministério da Justiça, em dezembro.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, também admitiu, em entrevista à repórter Jussara Soares, do jornal O Globo, que recebeu minutas semelhantes, mas triturou.

Tentativas anteriores

No dia 18 de janeiro, os investigadores tentaram ouvir o ex-ministro pela primeira vez, mas ele optou por ficar em silêncio. A defesa de Torres, liderada pelo advogado Rodrigo Roca, alegou que ainda aguardava acesso aos autos dos inquéritos em que ele é investigado devido aos ataques de 8 de janeiro em Brasília.

No dia 23 de janeiro, uma outra tentativa de ouvir Torres ocorreu, mas o depoimento acabou adiado para aguardar uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, responsável pelas investigações na Corte.

No domingo, 8 de janeiro, enquanto terroristas bolsonaristas atacavam os prédios da Praça dos Três Poderes, Torres estava em Orlando, nos EUA. Ele negou ter se encontrado com Bolsonaro e disse que estava de férias em uma viagem de família programada desde novembro.