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Juliana Dal Piva

REPORTAGEM

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Após Bolsonaro falar em retorno, aliados defendem que ele fique nos EUA

Jair Bolsonaro - Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
Jair Bolsonaro Imagem: Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Colunista do UOL

17/02/2023 04h00Atualizada em 17/02/2023 10h27

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) disse duas vezes nesta semana que pretende voltar ao Brasil nas próximas semanas. Ao jornal americano The Wall Street Journal, ele chegou a dizer que deve retornar em março. No entanto, assim que souberam das declarações, aliados próximos de Bolsonaro, que estão no Brasil, passaram a aconselhar que ele não retorne.

Na visão desses interlocutores do ex-presidente, a volta de Bolsonaro só iria atrair para ele uma visão negativa em meio a um momento em que o novo governo ainda enfrenta dificuldades e poderia até beneficiar o presidente Lula. Esse grupo de aliados disse a Bolsonaro para aguardar até maio ou junho.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também defendeu que o marido continue fora do Brasil. "Acho que ele precisa descansar mais, continuar por lá. Estou com ele há 15 anos e nunca o vi descansar", declarou, em entrevista ao jornal Correio Braziliense.

A volta de Bolsonaro é motivo de discussão entre antigos assessores e ministros de Bolsonaro. Há uma divisão. Um grupo avalia que, ao permanecer nos EUA, ele reforça a imagem de alguém que está fugindo dos processos no Judiciário brasileiro, além de deixar a oposição sem uma liderança. Já outro núcleo de aliados defende que ele permaneça fora do Brasil por apreensão com o avanço das investigações e o desgaste da imagem de Bolsonaro.

Em um evento em uma igreja na Flórida, Bolsonaro chegou a dizer que queria voltar ao Brasil porque sua "missão não acabou" no país.