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Melhem entra em contradições ao se defender de acusação de assédio sexual
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O ex-chefe do Núcleo de Humor da TV Globo Marcius Melhem apresentou contradições e omitiu informações nas versões dadas no depoimento prestado na Deam (Delegacia da Mulher) do centro do Rio, em uma petição de seus advogados e em suas respostas ao UOL sobre a acusação de assédio sexual feita pela atriz Carol Portes. Ele nega. Ela foi contratada por ele para o programa humorístico "Tá no Ar", ainda em 2014.
Ele se contradisse ao afirmar que teve "um relacionamento de uma noite" com Carol e depois mencionar um beijo, ao responder se mandava mensagens de cunho sexual e ao justificar sua mensagem sobre o constrangimento após o episódio no apartamento da atriz.
Ele prestou depoimento no dia 4 de novembro de 2021. Na ocasião, foi questionado se Carol estava subordinada a ele e admitiu que sim, era um de seus superiores. Também lhe perguntaram se já tinha se relacionado amorosamente com alguma "subordinada". Ele respondeu novamente que sim e citou Carol Portes entre as mulheres com quem havia tido "relacionamento por uma noite".
Em outro momento do depoimento, Melhem foi questionado se teria dito que pagaria a ela com "noites de sexo" para compensá-la por deixar uma peça de teatro. Melhem respondeu que não se lembrava, mas que, se havia dito, "foi no contexto de brincadeira" e "nunca em um contexto sexual".
Mais adiante, porém, admitiu que enviava mensagens de cunho sexual para ela porque, segundo ele, "flertavam muito, sempre com a anuência dela".
Já numa petição apresentada posteriormente pela defesa, em 9 de novembro de 2021, Melhem afirma que existia um "clima misto". Melhem diz que "às vezes conversavam sobre sexo em tom misto de brincadeira e verdade, mas jamais, em momento algum, agiu com desrespeito ou de modo a constranger Ana Carolina [Carol Portes]".
Melhem não relatou à polícia as mensagens em que Carol Portes recusou suas visitas ou mesmo aquela em que ela pediu para que ele parasse com os convites.
Sobre o episódio em que Carol afirma que ele pediu para ir tomar banho na casa dela e a agarrou à força, Melhem nega que a tenha agarrado à força e diz que o que ocorreu entre eles foi consensual.
Na petição de defesa, diz que "saiu vestido do banho e os dois trocaram beijos por não mais do que dois minutos, em pé e na cama". "Em seguida, Ana Carolina disse que Renata Gaspar, outra atriz que se hospedava no mesmo prédio, poderia chegar a qualquer momento e ela não queria que a mesma os visse juntos. Marcius também não queria, pois, à época, era casado. Combinaram, então, que Marcius subiria primeiro para a festa. Ana Carolina em seguida", afirma no documento.
Carol Portes, porém, juntou aos autos mensagens enviadas por ela para Renata Gaspar, chamando a amiga para o apartamento dez minutos depois que Melhem havia se convidado para ir tomar banho na casa dela. Na versão de Carol, ela chamou Renata porque queria evitar ter de ficar sozinha com o chefe no apartamento.
Melhem não foi questionado pela polícia nem escreveu na petição de defesa sobre a mensagem que escreveu para Carol perguntando se já tinha passado o constrangimento, dois dias depois do episódio no apartamento dela em novembro de 2014.
Ao ser questionado pelo UOL sobre o motivo de ter enviado essa frase, Melhem afirmou que ambos eram casados.
No entanto, na petição de defesa, Melhem cita apenas que ele era casado à época e esse seria o motivo para que os dois subissem separados para a festa de Adnet. Não menciona nenhum relacionamento da atriz.
Ao UOL, Carol Portes disse que estava separada do ex-companheiro quando o fato aconteceu.
Já sobre as mensagens enviadas por Carol para Renata, Melhem afirmou à reportagem que não tinha conhecimento disso.
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