Juliana Dal Piva

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Reportagem

PF apura se Braga Netto participou ativamente de fraude em gabinete

A Polícia Federal pediu a quebra de sigilo telemático do general Walter Braga Netto (PL), ex-candidato a vice-presidente da chapa de Jair Bolsonaro (PL), para analisar mensagens e verificar se ele participou ativamente ou não de um esquema de corrupção dentro do gabinete de intervenção federal no Rio de Janeiro em 2018.

Braga Netto foi nomeado interventor à época, chefe do gabinete, e nesta terça-feira a PF deflagrou a operação Perfídia, que investiga suspeita de fraudes cometidas na compra de equipamentos durante a intervenção federal no Rio de Janeiro em 2018. A polícia cumpre 16 mandados de busca e apreensão em quatro estados da federação. No Rio de Janeiro, foram cumpridos dez mandados. A maioria deles em ex-assessores de Braga Netto.

A coluna apurou que algumas conversas entre outros interlocutores, ex-assessores de Braga Netto, dão a entender que ele ajudou no esquema, mas ainda é preciso analisar a quebra de sigilo dele para concluir a investigação.

O general não é alvo da operação, mas é investigado. Em nota, ele negou irregularidades e disse que os trâmites seguiram a lei. Braga Netto disse ainda que a compra dos coletes foi suspensa após encontrar "irregularidades" nos documentos fornecidos pela empresa contratada.

Além dos crimes de corrupção ativa e passiva, a operação apura se servidores públicos federais cometeram os crimes de patrocínio de contratação indevida, dispensa ilegal de licitação e organização criminosa durante a compra de 9.360 coletes balísticos no período da intervenção.

As compras em questão foram feitas com a empresa americana CTU Security LLC pelo gabinete de intervenção federal. O valor total do sobrepreço da compra dos coletes foi de R$ 4.640.159,40, segundo análise do Tribunal de Contas da União. O total pago à empresa pela compra após dispensa de licitação foi de R$ 40.169.320,80 (US$ 9.451.605,60), entregues no dia 23 de janeiro de 2019. O valor foi estornado à União após suspensão de contrato, em setembro do mesmo ano.

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