Surpreende, mas conforta saber que até Michelle Obama anda meio deprimida
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Michelle Obama está com uma "pequena depressão".
Articulada, inteligente e com popularidade altíssima na opinião pública, Michelle é um símbolo do empoderamento feminino nos Estados Unidos. Na Casa Branca, foi muito além do figurino de primeira-dama que sabe receber e ficar na retaguarda do presidente. Foi uma companheira de Barack Obama que teve influência em áreas importantes do governo americano.
O lindo casal Obama traduz a mais perfeita ideia de parceria, aquela que nasce do amor romântico e se transforma na relação essencial de uma vida inteira.
Como Michelle transmite uma imagem de força, a imprensa americana se surpreendeu com a declaração de que ela está com uma "depressão de baixo grau". No podcast que divulgou nesta quarta-feira, ela cita as razões do seu estado mental. Fala do racismo que atormenta os Estados Unidos desde a sua fundação. Relata que é duro ver no noticiário como o governo Trump responde à pandemia.
Michelle conta que é "cansativo" acordar e saber de mais uma história de desumanização de um homem negro "ferido ou morto" ou "sendo falsamente acusado de algo". Com tristeza na voz, desabafa: "Isso gerou um peso que não sentia em minha vida fazia um tempo".
Vamos combinar que esse combo (racismo estrutural + pandemia) nas mãos de Donald Trump é mais ou menos parecido com o coquetel Bolsonaro + genocídio com retrocesso geral no Brasil. Tira o sono e o ânimo de qualquer um. Deprime mesmo.
Para segurar a barra, Michelle diz que tenta manter uma rotina regular de exercícios e contatos com amigos e familiares. Receita simples, como lavar as mãos com frequência, usar máscara e manter distanciamento social para evitar o coronavírus.
Além da surpresa, conforta um pouco saber que até Michelle Obama anda meio deprimida. Gente como a gente, ela ajuda ao falar abertamente sobre uma doença que ainda é tratada como um tabu. Qualquer um pode ficar deprimido.
Seguindo o conselho de Michelle, melhor pegar a bicicleta e dar uma volta na trilha de Mount Vernon, pela Virgínia, ouvindo "Folklore", o novo álbum da Taylor Swift, que está com uma pegada meio pandêmica de quem parece que também andou sofrendo as dores do viver.
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