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Kennedy Alencar

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PT aposta em Janones nas redes e aceno a evangélicos para frear Bolsonaro

Colunista do UOL

12/08/2022 16h05Atualizada em 12/08/2022 19h47

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O PT vai apostar no desempenho do deputado federal André Janones (Avante) nas redes sociais e numa rodada de conversas com líderes evangélicos para fortalecer a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O partido avalia que ações recentes do presidente Jair Bolsonaro (PL) estão surtindo efeito no sentido de melhorar a performance dele nas pesquisas.

Bolsonaro cresceu no segmento do eleitorado que recebe o Auxílio Emergencial de R$ 600. O presidente também melhorou seus índices de intenção de voto no eleitorado evangélico, —o que, na visão do PT, tem a ver com a maior participação da primeira-dama Michelle Bolsonaro na campanha bolsonarista.

Diante desse cenário, a campanha de Lula considera fundamental o apoio e a participação de Janones nos debates nas redes sociais. Com cerca de 12 milhões de seguidores, Janones é um dos políticos com maior capital perante esse público. Ele também tem experiência para transitar nas redes, sobretudo com o eleitorado mais pobre e que usa bastante o Facebook.

Janones, que participará mais da campanha de Lula, tem potencial de gerar engajamento em benefício do ex-presidente.

Com o Auxílio Emergencial turbinado apenas no período eleitoral, Bolsonaro ataca Lula no eleitorado de menor renda. É fundamental para o PT travar uma batalha para mostrar que a medida de Bolsonaro é temporária e que, no ano que vem, a equipe econômica admite um auxílio no valor de R$ 400 e não mais o de R$ 600 que durará até dezembro.

Outro desafio da campanha de Lula é frear o avanço de Bolsonaro entre os evangélicos de menor renda. Segundo o PT, pesquisas mostram que é justamente nesse público que Lula mais perdeu apoiadores recentemente.

O suporte de André Janones, que é evangélico, também é visto como fundamental para Lula travar a batalha com Bolsonaro perante esse público. O ex-presidente também tem sido aconselhado a se reunir com líderes evangélicos e combater a ofensiva bolsonarista, sobretudo da primeira-dama, nessa faixa do eleitorado.

A campanha de Lula entende o atual crescimento de Bolsonaro como um alerta. As pesquisas futuras ainda deverão captar maior influência do recebimento do Auxílio Emergencial em benefício eleitoral de Bolsonaro. Ou seja, o PT acha que ainda há espaço para Bolsonaro crescer.

No entanto, a campanha petista avalia que uma batalha a ser travada no horário eleitoral gratuito vai alimentar a rejeição de Bolsonaro e mantê-la num patamar que inviabilizaria a reeleição do atual presidente. Em outras palavras, o jogo ainda vai ser jogado, Lula é líder nas pesquisas e chegará o momento em que o apelo pelo voto útil para derrotar Bolsonaro pesará mais alto.