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Reforma tributária deve sair após emendas e acordo entre Haddad e Tarcísio
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O governo Lula caminha para conseguir aprovar a reforma tributária no Congresso após uma liberação recorde em emendas parlamentares que ocorreu ontem (4). Em um único dia, a autorização de repasses chegou ao valor de R$ 2,1 bilhões.
Durante o programa Análise da Notícia, o colunista do UOL Kennedy Alencar apontou que uma aproximação entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também foi uma movimentação crucial para a possível aprovação da PEC.
Emendas e acordo Haddad-Tarcísio devem garantir a aprovação da reforma tributária, as chances aumentaram muito.
Governo Lula entrou em campo para garantir aprovação. Até a manhã de ontem, a situação não estava favorável para a aprovação, com o governo muito concentrado na aprovação da MP do CARF (Conselho de Administração de Recursos Fiscais) e querendo jogar a aprovação da reforma no colo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Lira colocou as duas questões no mesmo pacote de votação e o governo se viu obrigado a entrar em campo com a liberação de emendas parlamentares para tentar uma aprovação ainda nesta semana.
Lula nos bastidores e Haddad se movimentando. O ministro da Fazenda fez uma articulação muito importante ao se reunir com Tarcísio de Freitas, que anteriormente havia se colocado, de maneira contundente, contra a reforma. Após a conversa, Haddad conseguiu abrir a porta para o entendimento sobre o Conselho Federativo, conselho responsável por centralizar a arrecadação da unificação de tributos estaduais e municipais — um dos principais pontos de crítica dos opositores.
São Paulo já barrou aprovação da reforma tributária. O entendimento com Tarcísio de Freitas foi importante, uma vez que a oposição e resistência de ex-governadores de São Paulo já barraram a reforma tributária outras vezes. Durante o governo de FHC, o então governador Mário Covas foi uma das vozes contrárias a uma reforma tributária, e durante o segundo governo de Lula, José Serra se colocou contra.
Tarcísio tenta convencer opositores e faz jogo político. Após o encontro com Haddad, Tarcísio de Freitas imediatamente fez uma reunião com a bancada do Republicanos para conseguir apoio para a aprovação da reforma. Ele ainda tentará convencer o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) da necessidade da reforma antes que ele acabe ficando sozinho na oposição.
Governo tentará votos da oposição. São necessários 308 votos para a aprovação da reforma tributária e há 140 deputados do campo da esquerda. O governo tem a pretensão de conseguir alguns votos dentro do PL, partido de Bolsonaro, e também do PP, partido de Arthur Lira, favorável à reforma. Além disso, também há o apoio do Republicanos, graças a Tarcísio de Freitas, e do MDB e do PSD.
Haddad afirmou que atenderia reivindicações de Tarcísio. Após a conversa, os ex-adversários pelo governo de São Paulo deram entrevistas lado a lado e Tarcísio afirmou que concordava com 95% da reforma e que São Paulo iria aprovar a reforma. Haddad, por sua vez, afirmou que ia atender aos pedidos do ex-adversário. Diante desse cenário, Tarcísio também sairia na foto como um dos vencedores da reforma.
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O Análise da Notícia vai ao ar às terças, quartas e quintas, às 19h.
Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.
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