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Boulos diz que não é hora de lançar nomes após Haddad falar de candidatura
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Guilherme Boulos (PSOL) defendeu, nesta sexta (5), que a "esquerda busque unidade para enfrentar Bolsonaro" e que, "antes de lançar nomes, devemos discutir projeto". A declaração, postada no Twitter, ocorre um dia após o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) dar uma entrevista à TV do site Brasil 247 afirmando que o ex-presidente Lula pediu para que ele tocasse sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto.
"Ele me chamou para uma conversa no último sábado e disse que não temos mais tempo para esperar. Ele me pediu para colocar o bloco na rua e eu aceitei", disse o ex-candidato petista à Presidência da República. Haddad deve começar a viajar o país.
À coluna, Boulos, que disputou o segundo turno da eleição paulistana contra Bruno Covas (PSDB) no ano passado, afirmou que todos os partidos têm direito de lançar seu candidato, mas que não é a hora.
"PT tem direito, PDT já tem candidato, que é o Ciro. PSOL e PC do B têm direito, e vão lançar em seu momento. Mas pela situação dramática que o país está vivendo, a postura mais correta da esquerda é construir caminhos para a unidade a fim de derrotar o bolsonarismo", disse.
Para o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), o primeiro semestre de 2021 deve ser usado para construir pontes.
"Vamos organizar uma mesa com as lideranças do campo progressista para chegar a um denominador comum de um projeto para o país a fim de enfrentar o projeto de atraso de Bolsonaro. E, a partir dessa plataforma comum, buscamos uma metodologia para encontrar um nome de unidade", diz.
"Se não for possível esse nome, paciência, mas o esforço tem que ser esse neste momento."
Boulos foi candidato pelo PSOL à Presidência da República, em 2018, e não descarta buscar a candidatura novamente em 2022, mas reforça que não é a hora para essa discussão.
Lula aguarda o julgamento da suspeição de Sergio Moro pelo Supremo Tribunal Federal. Caso os ministros considerem que o ex-juiz federal da Lava Jato e ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro não foi imparcial na condução do processo do caso do tríplex no Guarujá, sua condenação será anulada e o processo começará novamente.
Se isso acontecer e uma nova condenação em segunda instância não ocorrer até a eleição de 2022, Lula pode disputar o pleito contra Jair Bolsonaro. Há poucas dúvidas que, se ele estiver apto, não será o candidato petista.
Muitos apostam que a declaração de Haddad funcione como uma sinalização ao STF neste momento que antecede o julgamento.
À coluna, interlocutores de Lula afirmaram que o ex-presidente já havia dito em outras ocasiões a Haddad e a outros que pediram seu apoio para disputar a Presidência pelo PT para fazer o debate publicamente e defender sua candidatura pelo país.