Leonardo Sakamoto

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Opinião

Marçal fritou com pergunta de Tabata, que se vingou em cadeia nacional

Pablo Marçal (PRTB), que fala tanto sobre controle emocional, mostrou que sentiu, e sentiu bem, a pergunta de Tabata Amaral (PSB), no debate da TV Bandeirantes, na noite desta quinta (8), sobre seu passado com o crime. Com isso, ela, que havia sido vítima de uma mentira tosca espalhada pelo empresário, de que abandonou o pai para morrer, deu um troco com fatos em cadeia nacional.

Após contar que ele foi condenado por formação de quadrilha em um esquema de fraudes bancárias, é investigado pela Polícia Federal e que o presidente de seu partido afirmou ter ligação com o PCC, a deputada perguntou se ele usaria sua experiência no crime na prefeitura.

Extremamente irritado, Marçal negou as informações — mas os documentos já estão circulando nas redes, postados pelas campanhas dos adversários. Ele foi condenado à cadeia por furto qualificado, em 2010, por participar de uma quadrilha que invadia contas bancárias, mas não foi preso porque a pena prescreveu.

Ainda tentou reduzir a importância da deputada de forma machista, chamando-a de "adolescente", sugeriu que Guilherme Boulos (PSOL) seria usuário de drogas ("comedor de açúcar") e disse que Ricardo Nunes governa uma "cidade merda", ou seja, a nossa.

Tabata bombardeou o adversário com um pacote de fatos, o contrário do que fez Marçal com ela.

Ele havia mentido, em uma entrevista à revista Isto É, em julho, que a deputada abandonou o próprio pai no Brasil para ir estudar nos Estados Unidos e, com isso, ele cometeu suicídio. Contudo, ela não estava fora do país quando ele, dependente de crack e alcoólatra, tirou a própria vida.

Alguns dias depois, questionado sobre a mentira em entrevista ao UOL, ele voltou a responsabilizá-la, mas também a família dela, pela morte do pai. "A família é responsável pelos seus. É papel de todo ser humano cuidar dos seus pais. Ninguém se mata do nada, ninguém entra no vício do nada", disse. A declaração, vista como uma tentativa de culpar familiares de pessoas que tentaram ou cometeram suicídio, gerou protestos nas redes e de especialistas no assunto.

Além disso, afirmou que ela não poderia ser prefeita porque não é casada e nem tem filhos.

A candidata ainda levantou outro tema espinhoso quando resgatou o caso do boletim de ocorrência feito pela esposa de Ricardo Nunes (MDB) contra o prefeito por agressão. Ele havia negado o BO em sabatina do UOL, mas a polícia confirmou sua existência. No debate da Band, mais ensaiado, Nunes disse que nunca levantou um dedo contra a esposa e pediu respeito às mulheres. Tabata, com isso, compartilhou o documento em suas redes sociais.

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O prefeito foi o principal alvo dos demais candidatos, incluindo ataques duros de José Luiz Datena (PSDB) e de Guilherme Boulos e mais leves de Pablo Marçal. Boulos e Nunes, os dois primeiros colocados nas pesquisas, permaneceram mais calmos na maior parte do tempo. Os vídeos com cortes de Marçal, vendendo que ele só lacrou e não apanhou, já circulam nas redes da extrema direita.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL