Leonardo Sakamoto

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Opinião

Datafolha aponta que só a cadeira saiu do lugar na última semana em SP

Só a cadeira que Datena usou contra Marçal se moveu na disputa para a Prefeitura de São Paulo, na última semana, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta (19). O restante dos principais candidatos permanece onde está em comparação ao levantamento anterior do dia 12.

Ricardo Nunes (MDB) ficou nos mesmos 27%, Guilherme Boulos (PSOL) oscilou de 25% para 26%, ou seja, na margem de erro de três pontos, Pablo Marçal (PRTB) permanece com 19%, Tabata Amaral (PSB) continua com 8%, e José Luís Datena (PSDB) tem os mesmos 6%.

A expectativa é de que o ataque do apresentador ao influenciador digital, durante o debate realizado na TV Cultura, no domingo (15), após ser acusado de assédio sexual e de estuprador, reverberaria nas intenções de voto de Marçal ou de Datena.

A manutenção dos números não significa que as coisas ficaram paradas, mas que, mesmo com elas, o resultado final é o mesmo.

A cadeirada, por exemplo, pode ter impedido que Marçal voltasse a crescer, após ter estancado na pesquisa anterior. Ou ter impedido uma queda, através da empatia e solidariedade por conta do ocorrido.

Da mesma forma, ela pode ter travado a perda que Datena vinha enfrentando nos últimos levantamentos ou dificultado a ele retomar eleitores por uma parte do eleitorado não ter gostado do ato.

Houve oscilação, contudo, na taxa de rejeição de ambos. A de Marçal passou de 44% para 47% e a de Datena, de 32% para 35%. Uma variação no limite da margem de erro, que pode indicar que a população, em geral, reprova a atitude dos dois.

Vale lembrar, contudo, que a rejeicão do ex-coach vinha subindo de forma consistente nas últimas pesquisas diante do esforços dos oponentes, principalmente Nunes, de mostrar as relações de seu partido com o PCC e a sua condenação por roubar senhas de correntistas de bancos.

Enquanto isso, a rejeição do próprio prefeito passou de 19% para 21%, com ele ficando mais conhecido, e a de Boulos, de 37% para 38%.

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Espontânea mostra os três primeiros se consolidando

O ex-coach saiu andando do teatro onde foi realizado o debate, chegou a entrar em seu carro, mas preferiu ir de ambulância, onde gravou vídeos para sugerir a seus seguidores que estaria com dificuldade de respirar. Pediu à Polícia Civil que o tucano respondesse por tentativa de homicídio, o que foi negado. A legista afirmou que foi apenas uma "lesão leve", sem fraturas, em seu relatório.

A tentativa de se vitimizar levou Marçal a ser motivo de chacota e de memes, mas também aumentou o número de seguidores em redes sociais. Ele conseguiu ser um dos assuntos mais falados por dia. De acordo com a consultoria Bites, o ex-coach ganhou mais de 400 mil seguidores nas suas redes após o debate.

Já o apresentador admite ter errado com a agressão, mas que não se arrepende. Diz que defendeu sua honra e a de sua família. A justificativa encontrou tração com uma parte do eleitorado, segundo pesquisas qualitativas, tanto que a sua campanha vem utilizando o caso em peças publicitárias para afirmar que ele fez o que o eleitor gostaria de ter feito. Ele também ganhou seguidores. Segundo o levantamento da Bites, suas redes receberam 80 mil novos.

Não só as coisas não mudaram, como vêm se consolidando. Boulos oscilou no limite da margem de erro na pesquisa espontânea, indo de 20% para 23%. Nela, os eleitores dizem o nome de sua preferência sem serem apresentados a opções, o que mostra um voto mais decidido. Nunes passou de 14% para 16% e Marçal de 14% para 15%. Apesar de cadeirada, de acusações de ser usuário de coca, de denúncias de ter batido na mulher, de condenações por furto qualificado e formação de quadrilha.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL