Letícia Casado

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Revendas de SAF, como fez Ronaldo, ficarão mais comuns, diz autor da lei

Advogado e coautor do texto que deu origem à Lei da SAF (Sociedade Anônima do Futebol), José Francisco Manssur afirma que a operação feita pelo ex-jogador Ronaldo no Cruzeiro - que comprou as ações do clube e as revendeu um ano depois - vai se tornar comum no futebol brasileiro.

"A mudança de controle de uma companhia é muito corriqueira em outros segmentos. No futebol, é a primeira vez, mas temos 58 SAFs, ainda vai acontecer muito", disse ele à coluna.

A lei da SAF entrou em vigor em 2021 e instituiu a possibilidade de os clubes de futebol virarem sociedades anônimas. Um ano depois, 24 clubes já operavam no modelo. Hoje são 58.

O Cruzeiro foi um dos primeiros times a entrar no sistema. O clube estava na segunda divisão, com dívida de R$ 1 bilhão.

Ronaldo comprou 90% das ações por R$ 400 milhões em 2021, reestruturou a dívida do clube e vendeu os papéis por R$ 600 milhões nesta semana, para o dono de uma rede de supermercados.

"A dívida ainda é alta, mas está mais equalizada, com pagamentos programados. Não tem mais aquele negócio de um clube fazer um jogo, ter renda e o juiz penhorar a renda depois do jogo. Está muito melhor que antes, esportivamente e administrativamente", afirma Manssur.

"[Esse tipo de operação] Já aconteceu muitas vezes com clubes de futebol na Europa e de outros esportes nos Estados Unidos", diz. "É corriqueiro."

Ex-assessor especial do Ministério da Fazenda na gestão Fernando Haddad, Manssur também foi o responsável por regulamentar as apostas esportivas.

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