Anúncio de ministras mostra que PT segue na instrumentalização da misoginia

Na Live UOL desta terça-feira (27), falei sobre as indicações da deputada eleita Marina Silva (Rede-SP) para o Ministério do Meio Ambiente e da senadora Simone Tebet (MDB-MS) para o do Planejamento, na gestão do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O convite à Marina foi feito na sexta-feira (23), logo após ficar decidido que a Autoridade Climática, órgão a ser criado por sugestão da própria ex-senadora, será subordinada ao ministério e não à Presidência da República.

Já o anúncio do nome de Tebet para o cargo foi feito nesta terça (27), pelo deputado Alexandre Padilha (PT-SP), futuro titular da Secretaria das Relações Institucionais na Presidência.

"Temos uma sinalização positiva de que ela aceitou o ministério do Planejamento", disse Padilha. "O presidente Lula fez o convite à senadora pelo papel que ela teve no segundo turno e como prefeita, como senadora e capacidade como gestora".

Depois de espezinhar em público as duas futuras ministras o máximo que conseguiu, Lula optou por datas comemorativas para fazer os anúncios —talvez para que ninguém dê muita importância para as indicações.

O caso mostra que o lulismo segue com sua instrumentalização da misoginia e confirma que, hoje em dia, mulheres têm mais valor na política sendo esculachadas do que como aliadas. É uma tendência que se solidifica com o janonismo, que copia os procedimentos de aglutinação digital de Steve Bannon.

Sem receber críticas, a atitude do presidente eleito já esgotou o estoque de panos de chão —para tanta passação— na Vila Madalena e no bairro do Leblon.

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