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Madeleine Lacsko

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Lula precisa decidir se é presidente ou influencer

Colunista do UOL

24/01/2023 19h06

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Na Live UOL, desta terça-feira (24), falei sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que afirmou que o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, foi um golpe de Estado.

A declaração foi feita durante viagem à Argentina, ao lado do presidente Alberto Fernández, e do ex-presidente da Bolívia, Evo Morales.

"Vocês sabem que depois de um momento auspicioso no Brasil, quando governamos de 2003 a 2016, houve um golpe de Estado. Se derrubou a companheira Dilma Rousseff com um impeachment, a primeira mulher eleita presidenta da República do Brasil", disse Lula, acrescentando que a partir dali o País entrou em retrocesso.

"O Brasil entrou em um retrocesso que eu jamais imaginei que o Brasil poderia entrar. Tivemos durante quatro anos um presidente que tomou a iniciativa de se isolar do mundo", afirmou.

Na semana passada, a referência ao processo de afastamento de Dilma Rousseff já havia sido feita em uma publicação institucional no site do Palácio do Planalto, que falava sobre a posse da nova gestão da EBC (Empresa Brasileira de Comunicação).

Para um presidente da República, há apenas duas alternativas para a declaração de Lula: ou ele mentiu ou está falando a verdade e, como maior autoridade do País, tem de tomar providências em relação a isso.

Paquitas luloafetivas, que defendem a liberdade de quem acredita que o impeachment foi golpe, precisam aprender que, diferentemente do cidadão comum —que tem todo o direito à imbecilidade— um presidente não pode brincar de blogueirinha influencer para a seita dos que insistem na polarização tóxica.

Ao classificar o afastamento de Dilma Rousseff como um golpe de Estado, Lula deveria se lembrar, então, que seu governo abriga alguns desses "golpistas", como seu próprio vice.

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