Topo

Mauricio Stycer

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Band chama Queiroga de "porta-voz do negacionismo" e SBT desmente Bolsonaro

Colunista do UOL

07/12/2021 20h52

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

A decisão do governo brasileiro de não acatar a recomendação da Anvisa de exigência de passaporte vacinal para estrangeiros que desejem visitar o Brasil agitou os noticiários da televisão na noite desta terça-feira (07).

O presidente Jair Bolsonaro comparou a restrição a uma "coleira" e afirmou que "às vezes, é melhor perder a vida do que perder a liberdade". A frase foi reproduzida pelo ministro Marcelo Queiroga ao anunciar a decisão de permitir a entrada no país de estrangeiros não vacinados, mas impor a estes viajantes uma quarentena de cinco dias.

O "Jornal da Band" criticou mais o ministro do que o presidente. Num breve comentário, o âncora Eduardo Oinegue chamou Queiroga de "porta-voz do negacionismo". Falando do passaporte vacinal, ele disse:

"Essa é a medida de segurança mais adequada. E a mais usada no mundo. Tomou vacina, entra. Não tomou vacina, não entra. É simples assim. Aí vem o ministro da Saúde e dá uma entrevista confusa... Pra piorar, o ministro, que deveria ser o porta-voz da ciência dentro do governo, resolveu ser o porta-voz do negacionismo para a sociedade", disse o âncora.

O "SBT Brasil" sublinhou que o governo "acatou em parte" as recomendações da Anvisa e que Bolsonaro usou a palavra "coleira" para se referir a algumas das restrições. O telejornal desmentiu um trecho da fala do presidente, na qual ele diz que "a Anvisa quer fechar o espaço aéreo".

"Em novembro, a Anvisa encaminhou à Casa Civil duas notas técnicas sobre o cenário epidemiológico da covid 19 e não cita o fechamento do espaço aéreo brasileiro", informou o "SBT Brasil".

Da mesma forma, o "Jornal Nacional" registrou que Bolsonaro "distorceu" uma das medidas propostas pela Agência de Vigilância Sanitária. "A Anvisa nunca sugeriu fechar o espaço aéreo. Tem sugerido medidas de contenção", disse. Assim como o "Jornal da Band", o JN registrou que o governo "não definiu como será feita ou como será fiscalizada" a quarentena de estrangeiros.

Na visão do "Jornal da Record", o mais importante foi o fato de que "o presidente Bolsonaro criticou as restrições propostas pela Anvisa para entrada de estrangeiros no país". Disse o telejornal:

"Visivelmente irritado, o presidente Jair Bolsonaro criticou duramente a recomendação da Anvisa". O JR reproduziu a fala em que Bolsonaro diz que o órgão quer fechar o espaço aéreo do país, mas não o desmentiu. O telejornal atribuiu a correção à Anvisa, que "esclareceu que as notas técnicas da agência não apontam o fechamento do espaço aéreo".