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Band e Record baixam a bola de ato que SBT e Globo chamam de "histórico"
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Os atos em defesa da democracia, realizados nesta quinta-feira (11) em todo o país, mereceram cobertura muito diferente dos telejornais das principais emissoras de TV aberta. O dia foi classificado como "histórico" pelo "SBT Brasil" e pelo "Jornal Nacional". Já "Jornal da Band" e "Jornal da Record" apresentaram cobertura protocolar dos acontecimentos.
O principal telejornal da Record dedicou apenas 2 minutos e meio aos eventos. "Cartas pela democracia são lidas em São Paulo", anunciou. O repórter Emerson Ramos observou que a mensagem foi clara: "a democracia é o único caminho para o nosso país". O jornalista ainda registrou que a carta foi "elaborada em resposta às críticas ao sistema eleitoral", mas não mencionou o nome do presidente Jair Bolsonaro.
O "Jornal da Band" se estendeu por 3 minutos e meio, mas igualmente sem maior entusiasmo. O repórter Filipe Peixoto observou que "mais de 50 manifestos em defesa do processo eleitoral e da democracia foram lidos hoje em todo o Brasil, um deles na Faculdade de Direito de São Paulo". Sobre a carta da democracia, registrou que "quase todos os candidatos à Presidência assinaram, como Ciro Gomes, Simone Tebet, Soraya Thronicke, Luiz Felipe d´Ávila e Lula". Mas não mencionou o nome de Bolsonaro, cujas críticas ao sistema eleitoral provocaram a elaboração do documento.
O "SBT Brasil", que falou em "quinta-feira histórica", deu bastante destaque às manifestações. A repórter Simone Queiroz relatou que foram lidas "cartas apartidárias" dentro da Faculdade de Direito, em São Paulo, mas depois, na rua, houve protestos contra o presidente Jair Bolsonaro. Foi possível ouvir os gritos de "Fora Bolsonaro" no ar. Uma segunda matéria mostrou que houve atos semelhantes em quase todo o país e, numa terceira reportagem, o telejornal tratou da repercussão política da movimentação do dia. O telejornal tratou do assunto por mais de sete minutos.
A Globo, que exibiu ao vivo, à tarde, trechos da leitura da carta da democracia, deu tratamento de gala ao assunto em seu principal telejornal. Já na abertura, deixou claro, numa série de chamadas, do que estava em jogo nesta quinta-feira:
"Onze de agosto de 2022. Na Faculdade de Direito da USP, dois manifestos pedem o respeito à democracia, às urnas eletrônicas e ao resultado das eleições de outubro. Resposta aos ataques do presidente Jair Bolsonaro ao sistema eleitoral com insinuações golpistas. Uma das cartas é apoiada por mais de uma centena de federações empresariais, sindicais e movimentos sociais. A carta da Faculdade de Direito da USP reúne quase um milhão de assinaturas. E atos públicos com a mesma inspiração se multiplicam pelo país, em 26 capitais e no Distrito Federal."
"A Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo abrigou hoje um evento histórico", disse Renata Vasconcellos. "Dentro e fora do prédio, milhares de pessoas acompanharam a leitura de duas cartas em defesa da democracia, do sistema eleitoral brasileiro e do poder judiciário". A cobertura do JN se estendeu por mais de 30 minutos, sem interrupção para exibição de intervalos comerciais.
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