Natália Portinari

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Passaporte de Filipe Martins passou pela imigração nos EUA

Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, tem um registro de imigração nos Estados Unidos com seu passaporte em 30 de dezembro de 2022, apesar de, segundo a Latam, haver um embarque em seu nome de Brasília para Curitiba um dia depois.

A entrada do ex-assessor no país estrangeiro foi citada como um dos elementos para justificar sua prisão preventiva.

Em depoimento à PF cujo sigilo foi levantado nesta sexta-feira (15), Martins disse não ter deixado o país no final do ano e alega ter viajado de Brasília a Curitiba, o que, segundo o site Poder360, foi confirmado pela Latam ao STF (Supremo Tribunal Federal).

A PF investiga se, de fato, Filipe Martins viajou a Curitiba -- o que significa que pode ter havido uma falsificação de sua entrada nos Estados Unidos -- ou se deixou o país. Para fontes da investigação, porém, ambas as hipóteses indicam que havia a intenção de ocultar das autoridades o paradeiro do investigado.

Segundo investigadores que trabalham no caso, o departamento de imigração dos Estados Unidos conferiu o passaporte de Filipe Martins em 30 de dezembro de 2022, quando a comitiva acompanhando o então presidente Jair Bolsonaro chegou ao país.

Além disso, como mostrou o site Metrópoles, há um registro de "chegada" de Filipe Martins nos Estados Unidos em 30 de dezembro de 2022 em Orlando, na Flórida, através do formulário I-94, preenchido por todos que chegam ao país.

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou que a Latam informe se Martins de fato embarcou no voo.

O ministro pediu também ao Aeroporto de Brasília que forneça imagens do embarque da comitiva que viajou com Bolsonaro aos Estados Unidos, assim como do embarque do voo para Curitiba no dia seguinte.

Martins é apontado como um dos mentores da tentativa de golpe de Estado investigada pela Polícia Federal. Ele teria auxiliado Bolsonaro na redação de uma minuta golpista, intermediando o contato com advogados, segundo aponta a investigação.

Em depoimento à PF, Filipe Martins negou envolvimento em qualquer conversa de teor golpista e disse desconhecer um "núcleo jurídico destinado a elaborar minutas ou material com intuito golpista". Além disso, disse que a última vez que saiu do país foi em setembro de 2022, quando foi ao funeral da rainha Elizabeth.

A defesa do ex-assessor divulgou uma nota na noite desta sexta-feira (15) em que afirma que anexou ao processo a declaração da Latam sobre Filipe Martins ter embarcado de Brasília para Curitiba em 31 de dezembro de 2022. Os advogados também citam uma lista dos presentes no voo presidencial para Orlando, em que o nome dele não aparece.

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