Raquel Landim

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Eletrobras deve se tornar sócia dos Batista em distribuidora de energia

A Eletrobras deve se tornar sócia dos irmãos Joesley e Wesley Batista na Amazonas Energia, distribuidora que foi favorecida por uma medida provisória (MP) do ministério de Minas e Energia.

A Âmbar, braço da holding J&F no setor de energia, apresentou nesta sexta-feira proposta à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para adquirir a Amazonas Energia.

Há pouco mais de um mês, a Âmbar já havia comprado um grupo de térmicas da Eletrobras na região norte por R$ 4,7 bilhões. Essas térmicas fornecem energia para a Amazonas Energia.

A Amazonas Energia deve quase R$ 10 bilhões à Eletrobras por causa de energia adquirida dessas térmicas que nunca foi paga. Na época da compra das térmicas, o contrato previu que essa dívida poderia ser transformada em participação acionária na nova empresa saneada.

Segundo apurou a coluna, a participação acionária da Eletrobras no negócio deve chegar a 30%, mas a companhia só deve efetivamente se tornar sócia depois que a distribuidora for saneada pelos Batista.

A possibilidade de transformar a dívida em participação acionária era necessária para a Eletrobras defender os seus acionistas e cobrar de alguma forma essa dívida bilionária do novo dono da Amazonas Energia.

Já para a Âmbar, dois fatores facilitaram a aquisição da Amazonas Energia: a medida provisória editada pelo governo, que permitiu uma série de flexibilizações nas obrigações da distribuidora junto aos órgãos reguladores, e também o acordo com a Eletrobras, que livra a distribuidora da dívida bilionária.

Bolívia

Para abastecer essas termelétricas e outras usinas do grupo com gás, os Batista estão investindo na Bolívia e esperam contar com mais uma ajuda do governo brasileiro.

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Na recente visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva A Santa Cruz de La Sierra, a Fluxus, empresa de óleo e gás da J&F, anunciou R$ 550 milhões em investimentos a fim de aumentar sua produção de gás no país de 100 mil para 1,1 milhão de metros cúbicos.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse durante a viagem que está negociando com os bolivianos a possibilidade de as empresas brasileiras importarem gás diretamente da Bolívia sem passar pela Petrobras a partir de outubro. A liberação vai favorecer a Fluxus, dos irmãos Batista.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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