Brasil, México e Colômbia vão pedir para conter violência na Venezuela
Brasil, México e Colômbia estão finalizando um comunicado conjunto em que pedem a divulgação das atas por seção das eleições da Venezuela e também fazem um apelo para conter a violência no país.
Segundo apurou a coluna, o documento, que deve ser divulgado em breve, tem o aspecto institucional de tentar solucionar a crise entre governo e oposição sobre o resultado do pleito, mas também expressa uma preocupação com a população venezuelana.
O texto vai solicitar aos dois lados - chavismo e oposição - que cessem as convocações de manifestações de rua. Segundo organizações não-governamentais, 11 pessoas já morreram desde as eleições de domingo.
Diplomatas relatam uma preocupação com a escalada da violência à medida em que a situação demora para se resolver.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela declarou o ditador Nicolás Maduro vencedor com 51% dos votos e alegou que um ataque hacker da oposição impediu a transmissão dos votos. Segundo o CNE, apenas 80% das urnas foram apuradas.
A oposição, do candidato Edmundo Gonzalez, disse que venceu com mais de 70% dos votos e que possui os boletins de urna que comprovariam.
Países como Brasil, Estados Unidos, México, além da União Europeia, estão solicitando os boletins detalhados das urnas para confirmar os resultados e sair do impasse.
Autocracias como Rússia e China reconheceram a vitória de Maduro.
Nesta terça-feira (30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a eleição venezuelana foi "normal" e que não via "nada grave" e que a oposição deveria questionar o resultado no Judiciário e aguardar.
Diplomatas do Itamaraty reconhecem que a declaração de Lula provocou "ruído", mas dizem que a posição brasileira não mudou e que segue solicitando os boletins de urna.
Também nesta tarde Lula e o presidente americano Joe Biden conversaram por telefone e reiteraram a importância da divulgação das atas por seção, conforme comunicados divulgados pelo Planalto e pela Casa Branca.
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